Queixaram-se do "imperialismo russo" e defenderam que a guerra não terá fim se os "ocupantes russos" não forem expulsos da Ucrânia.
Milhares de pessoas participaram numa manifestação, no último fim de semana, em Berlim, de apoio à Ucrânia, que há dois anos luta contra a invasão russa. Segundo a organização, dez mil manifestantes marcaram presença nas Portas de Brandemburgo.
Entre a multidão que agitava bandeiras da Ucrânia estavam refugiados ucranianos e dissidentes russos que se encontram exilados na Alemanha.
"Penso que ainda não se compreendeu o que é o imperialismo russo e que continuamos a ter uma guerra imperial.", afirmou Krista-Marija Läbe, porta-voz da Vitsche, organização não governamental composta por jovens ucranianos.
A ativista avisa que a Rússia é um perigo permanente: "O facto de a Rússia não parar mesmo que negociemos, de um cessar-fogo não indicar o fim da guerra, significa que as negociações diplomáticas neste estado de guerra são totalmente inúteis."
"A Rússia não vai parar. E se fizermos quaisquer concessões à Rússia na Ucrânia, atacará novamente a Ucrânia, ou atacará outros países", sublinhou.
Krista-Marija Läbe teme que familiares seus possam vir a ser chamados a combater: "Tenho dois sobrinhos, o mais velho tem agora 13 anos. Se a guerra não parar em breve, ele poderá ter de se juntar ao exército e lutar."
Berlim tornou-se também um porto de abrigo para quem ficar na Rússia deixou de ser uma opção.
"Vim para a Alemanha em maio de 2022 pela simples razão de ter sido perseguido politicamente na Rússia. Em 24 de fevereiro, convoquei uma manifestação contra a guerra de agressão de Putin na Ucrânia e, em consequência, fui detido", conta Dimitri Androssov, líder do partido da oposição russo.
Além da detenção, Androssov chegou a ser torturado.
"Estou firmemente convencido de que, enquanto os ocupantes russos não forem expulsos da Ucrânia, esta guerra não terá fim", declarou.