Mais quatro reféns raptados a 7 de outubro foram declarados mortos pelos militares israelitas - incluindo três idosos vistos num vídeo do Hamas a implorar para serem libertados.
O anúncio desta segunda-feira aumenta a pressão sobre o governo israelita para que aceite uma proposta de cessar-fogo dos EUA que poderia garantir o regresso dos reféns ainda detidos em Gaza e pôr fim a uma guerra de oito meses.
Os militares israelitas indicaram que mais quatro reféns raptados a 7 de outubro foram mortos - incluindo três idosos vistos num vídeo do Hamas a implorar para serem libertados.
Os quatro homens declarados mortos na noite de segunda-feira - Nadav Popplewell, Amiram Cooper, Yoram Metzger e Haim Peri - foram raptados e levados para Gaza ainda vivos, segundo o Fórum dos Reféns.
"O seu assassinato em cativeiro é um sinal de desgraça e uma triste reflexão sobre o significado de atrasar os acordos anteriores", escreveu o grupo num comunicado, onde também apelou ao governo para que aprovasse imediatamente o novo plano de cessar-fogo.
Cooper, Metzger e Peri tinham todos 80 anos ou mais. Em dezembro, apareceram num vídeo divulgado pelo Hamas com o título "Não nos deixem envelhecer aqui". No vídeo, os três homens aparecem magros, vestindo t-shirts brancas finas.
"Somos a geração que construiu os alicerces do Estado de Israel", diz Haim Peri, referindo que todos os homens sofrem de doenças crónicas. "Não compreendemos porque é que fomos abandonados aqui".
Acredita-se que estejam vivos cerca de 80 reféns em Gaza, juntamente com os restos mortais de outros 43.
Nos dias que se seguiram ao anúncio da proposta de cessar-fogo por parte da administração Biden, na sexta-feira, Israel assistiu a alguns dos seus maiores protestos, apelando ao governo para que os trouxesse para casa.
Os dirigentes israelitas parecem ter posto de lado a proposta do Presidente Joe Biden, prometendo continuar a conduzir operações militares contra o Hamas até que o grupo militante seja destruído.
Cerca de 100 prisioneiros foram libertados durante uma semana de troca de reféns por prisioneiros palestinianos em novembro. Três dos homens declarados mortos na segunda-feira tinham familiares do sexo feminino que foram libertados durante a troca.
Um milhão de deslocados de Rafah
O número de deslocados da cidade de Rafah, no sul de Gaza, ultrapassou um milhão de pessoas, informou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) num comunicado publicado no X.
Entretanto, milhares de famílias estão agora a procurar abrigo em zonas danificadas e destruídas de Khan Younis, acrescentou a agência.
Israel está a expandir a sua ofensiva na cidade de Rafah, no sul de Gaza, outrora o principal centro de operações de ajuda humanitária.
A invasão israelita cortou em grande parte o fluxo de alimentos, medicamentos e outros fornecimentos aos palestinianos que enfrentam uma fome generalizada.
Israel enfrenta críticas internacionais crescentes devido ao enorme custo em vidas civis e à destruição generalizada causada pela sua guerra de quase oito meses contra o Hamas.
Os bombardeamentos e as operações terrestres israelitas em Gaza já mataram mais de 36.000 palestinianos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não distingue entre combatentes e civis.