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Milhares nas ruas na Venezuela protestam pela reeleição de Maduro. Há relatos de feridos e mortos

Manifestações na Venezuela
Manifestações na Venezuela Direitos de autor Cristian Hernandez/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Cristian Hernandez/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De  Euronews
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Imprensa espanhola avança que morreram pelo menos 7 jovens nos protestos contra a reeleição de Maduro. Oposição garante que tem provas de fraude.

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Milhares de pessoas manifestaram-se nas ruas de várias cidades venezuelanas na segunda-feira, depois de Nicolás Maduro ter sido formalmente declarado o vencedor das eleições presidenciais de domingo - com a oposição a acusá-lo de ter cometido fraude.

Na capital Caracas, a polícia recorreu a gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes. Houve quem descesse as ruas a bater em tachos e, segundo a PROVEA, uma organização de direitos humanos venezuelana, grupos armados pró-Maduro dispararam contra manifestantes pacíficos que desciam a Avenida Urdaneta, revela a CNN. Nicolás Maduro revelou ainda que houve "dezenas de detenções" por ações "criminosas e terroristas", responsabilizando a oposição.

Segundo o El Mundo, pelo menos sete pessoas foram mortas desde o início dos protestos. O diário espanhol cita fontes independentes que confirmam a morte violenta de sete jovens às mãos de forças revolucionárias e paramilitares chavistas. Várias estátuas de Hugo Chávez foram derrubadas durante as manifestações contra a reeleição de Maduro.

A par dos protestos, o candidato da oposição nas presidenciais, Edmundo González, anunciou que a sua campanha tem as provas necessárias para mostrar que venceu a eleição. González e a líder da oposição, Maria Corina machado, garantem que tiveram acesso a 70% dos boletins de voto e que González tinha mais do dobro dos votos de Maduro.

"Falo-vos com a calma da verdade", disse González aos apoiantes que o aplaudiram no exterior da sede de campanha. "Temos nas nossas mãos as folhas de contagem que demonstram a nossa vitória categórica e matematicamente irreversível", disse o candidato da oposição, citado pela AP.

González falava depois de o Conselho Nacional Eleitoral, que é leal ao Partido Socialista Unido da Venezuela, o partido no poder de Maduro, o ter declarado oficialmente vencedor, dando-lhe o seu terceiro mandato de seis anos.

Dúvidas da comunidade internacional

Os venezuelanos votam através de máquinas eletrónicas, que registam os votos e fornecem a cada eleitor um recibo em papel com a indicação do candidato da sua escolha. Os eleitores devem depositar o recibo nas urnas.

Após o fecho das urnas, cada máquina imprime uma folha de registo com os nomes dos candidatos e os votos que receberam.

Mas o partido no poder exerce um controlo apertado sobre o sistema de votação, quer através de um conselho eleitoral de cinco membros leais, quer através de uma rede de coordenadores locais de longa data do partido que têm acesso quase ilimitado aos centros de votação.

Esses coordenadores, alguns dos quais são responsáveis pela distribuição de benefícios governamentais, têm impedido os representantes dos partidos da oposição de entrarem nos centros de votação, como é permitido por lei, para testemunharem o processo de votação, a contagem dos votos e, o que é crucial, para obterem uma cópia da folha de contagem final das máquinas.

Até à noite de segunda-feira, as autoridades eleitorais ainda não tinham divulgado as contagens de cada uma das 30.000 máquinas de voto. O site do organismo eleitoral estava em baixo e não se sabia quando é que os resultados estariam disponíveis.

Vários governos da América do Sul e o governo norte-americano ainda não reconheceram o resultado das eleições de domingo. A União Europeia também instou as autoridades da Venezuela a divulgarem os registos oficiais da votação

Gabriel Boric, o líder esquerdista do Chile, consideou que os resultados eram "difíceis de acreditar", enquanto o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que Washington tinha "sérias preocupações" de que a contagem anunciada não refletisse os votos reais ou a vontade do povo.

Em resposta às críticas de outros governos, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Maduro anunciou que iria retirar o seu pessoal diplomático de sete países das Américas, incluindo o Panamá, a Argentina e o Chile. O ministro das Relações Exteriores, Yvan Gil, pediu aos governos desses países que fizessem o mesmo com seu pessoal na Venezuela.

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