O embaixador de Israel nos Estados Unidos, Mike Herzog, afirmou que a aprovação do lado israelita poderia ocorrer "dentro de dias", apesar de existirem vários pontos de discórdia.
O Conselho de Ministros de Israel vai votar esta terça-feira um acordo de cessar-fogo no Líbano, aprovado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, segundo a imprensa local.
De acordo com o acordo proposto, as tropas israelitas retirar-se-ão do Líbano e deixarão de combater durante um período inicial de 60 dias.
O Canal 12 de Israel noticiou que outros critérios para o acordo incluem a criação de um comité multinacional - chefiado pelos EUA - para monitorizar a sua implementação.
Em contrapartida, o Hezbollah substituiria as suas forças a sul do rio Litani por tropas do exército libanês.
O embaixador de Israel em Washington, Mike Herzog, disse à Rádio do Exército Israelita que um acordo entre Israel e o grupo militante Hezbollah poderia ser alcançado "dentro de dias".
Herzog afirmou que, apesar de existirem "pontos a finalizar", as partes estão perto de chegar a um acordo que permitirá cessar as hostilidades pela primeira vez desde que Israel lançou uma operação terrestre no Líbano no início de outubro.
Embora os membros do Hezbollah ainda não tenham comentado o potencial cessar-fogo, um alto funcionário do Hamas no Líbano disse que o grupo militante palestiniano apoiaria um acordo de cessar-fogo entre Israel e o seu aliado libanês, o Hezbollah.
"Qualquer anúncio de um cessar-fogo é bem-vindo. O Hezbollah apoiou o nosso povo e fez sacrifícios significativos", disse Osama Hamdan à emissora libanesa Al-Mayadeen.
Israel bombardeia o centro de Beirute
Apesar das conversações em curso, ataques aéreos israelitas mataram pelo menos 31 pessoas no Líbano na segunda-feira, com o Ministério da Saúde libanês a informar que 26 foram mortas no sul do país, quatro na província oriental de Baalbek-Hermel e uma em Choueifat, um bairro nos subúrbios do sul de Beirute.
Esta terça-feira, os jatos israelitas atingiram um edifício residencial no centro de Beirute e emitiram novas ordens de evacuação para 20 edifícios nos subúrbios do sul da capital libanesa.
O ataque arrasou o edifício no bairro Basta, no centro de Beirute, o segundo ataque nos últimos dias na zona movimentada perto do centro da cidade.
Não houve registo imediato de vítimas. Não ficou imediatamente claro se alguém em particular foi visado, embora Israel afirme que os seus ataques aéreos visam funcionários e bens do Hezbollah.
O porta-voz militar israelita Avichay Adraee emitiu avisos de evacuação para 20 edifícios nos subúrbios do sul de Beirute, bem como um aviso para a cidade de Naqoura, no sul, onde está sediada a missão de manutenção da paz das Nações Unidas, conhecida como UNIFIL.
Este ataque em Beirute ocorreu horas antes de o Conselho de Segurança de Israel se reunir para votar um acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA, destinado a pôr termo a mais de um ano de combates entre Israel e o grupo militante libanês Hezbollah.
Uma das principais exigências de Israel é que lhe seja permitido reservar-se o direito de atuar caso o Hezbollah viole o acordo emergente.
O Hezbollah começou a atacar Israel depois de as suas forças armadas terem lançado uma operação terrestre e aérea na Faixa de Gaza, em retaliação ao ataque do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro.
A guerra entre as duas partes intensificou-se em setembro, com Israel a lançar ataques aéreos maciços no Líbano e a enviar tropas para o sul do país.
Na segunda-feira, o ministério da Saúde libanês afirmou que os ataques israelitas tinham matado 3768 pessoas desde o início dos bombardeamentos. Em Israel, mais de 70 pessoas foram mortas, 40 das quais civis.