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Israel aprova aumento de colonatos nos Montes Golã enquanto se abre "nova frente" na Síria

Soldados israelitas montados num veículo blindado antes de se deslocarem para a chamada Linha Alfa que separa os Montes Golã controlados por Israel da Síria, 15 de dezembro de 2024
Soldados israelitas montados num veículo blindado antes de se deslocarem para a chamada Linha Alfa que separa os Montes Golã controlados por Israel da Síria, 15 de dezembro de 2024 Direitos de autor  Matias Delacroix/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Matias Delacroix/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De Euronews com AP
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O plano de "desenvolvimento demográfico" para aumentar o número de colonatos só se aplica à área dos Montes Golã de que Israel se apoderou durante a Guerra dos Seis Dias em 1967 e que mais tarde anexou em 1981, e não ao território tomado desde a queda do regime de Assad.

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O parlamento israelita aprovou um plano para aumentar o número de colonatos nos Montes Golã, território que foi tomado à Síria em 1967.

O anúncio surge após a queda do regime de Bashar al-Assad, na semana passada, tendo Netanyahu afirmado que se abriu uma "nova frente" na Síria, junto à fronteira de Israel.

O plano de "desenvolvimento demográfico", que visa aumentar o número de colonatos, aplica-se apenas à zona dos Montes Golã que Israel conquistou durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e que anexou mais tarde, em 1981, e não ao território ocupado desde a queda de Assad.

Netanyahu elogiou o plano, que prevê um financiamento de 40 milhões de shekels (10 milhões de euros), com o objetivo de duplicar os colonatos no território.

Atualmente, estima-se que 31.000 israelitas vivam em colonatos considerados ilegais ao abrigo do direito internacional nos Montes Golã.

Os colonos israelitas vivem ao lado de cerca de 20 mil sírios, na sua maioria árabes drusos, que não fugiram da região quando esta caiu nas mãos de Israel.

Mas num discurso televisivo no domingo à noite, Netanyahu disse que Israel não estava a procurar um conflito com a Síria.

"Não temos interesse em confrontar a Síria. Determinaremos a política de Israel em relação à Síria de acordo com a realidade emergente no terreno", afirmou.

"Recordo que durante décadas a Síria foi um Estado inimigo ativo de Israel. Atacou-nos vezes sem conta, permitiu que outros nos atacassem a partir do seu território, permitiu que o Irão armasse o Hezbollah através do seu território".

Soldados israelitas num veículo blindado antes de se deslocarem para a chamada Linha Alfa que separa os Montes Golã controlados por Israel da Síria, 15 de dezembro de 2024
Soldados israelitas num veículo blindado antes de se deslocarem para a chamada Linha Alfa que separa os Montes Golã controlados por Israel da Síria, 15 de dezembro de 2024 Matias Delacroix/Copyright 2024 The AP. All rights reserved

Desde que os grupos rebeldes liderados pelo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) entraram em Damasco e puseram fim ao regime de 24 anos de al-Assad, Israel efetuou centenas de ataques aéreos em toda a Síria, alegadamente para destruir depósitos de armas e evitar que estas caiam nas mãos dos terroristas.

Estes ataques foram criticados pelo líder de facto da Síria e chefe do HTS, Ahmed al-Sharaa, que afirmou que as forças israelitas "ultrapassaram as linhas vermelhas" e arriscaram uma escalada de tensões no Médio Oriente.

Críticas dos Estados do Golfo

A proposta de Israel de aumentar o número de colonatos nos Montes Golã foi criticada tanto pela Arábia Saudita como pelo Catar.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita considerou a proposta uma tentativa de "sabotar as oportunidades de segurança e estabilidade da Síria".

Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar classificou o plano como "um novo episódio numa série de agressões israelitas em territórios sírios e uma violação flagrante do direito internacional".

Uma delegação de Doha encontra-se atualmente em Damasco para a reabertura, na terça-feira, da embaixada do Catar na Síria, encerrada desde 2011 em resposta à brutal repressão de al-Assad contra os manifestantes antigoverno.

Um rebelde sírio retira um cartaz de Bashar al-Assad da entrada de um famoso centro de detenção em Damasco, a 14 de dezembro de 2024
Um rebelde sírio retira um cartaz de Bashar al-Assad da entrada de um famoso centro de detenção em Damasco, a 14 de dezembro de 2024 Hussein Malla/Copyright 2024 The AP. All right reserved

Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, afirmou que Londres está em "contacto diplomático" com o grupo rebelde HTS.

Lammy referiu que o HTS continua a ser uma organização terrorista proscrita, mas que o Reino Unido "pode ter contactos diplomáticos" com o grupo. "Por isso,temos contactos diplomáticos", afirmou.

Quando o HTS foi criado, em 2011, era uma filial direta da Al-Qaeda e uma figura de topo do autoproclamado Estado Islâmico esteve envolvida na sua fundação.

Mais tarde, o HTS cortou as ligações com ambos os grupos.

O anúncio de Lammy surge um dia depois de o chefe da diplomacia dos Estados Unidos Antony Blinken ter afirmado, numa conferência de imprensa na Jordânia, que Washington tinha tido "contactos diretos" com os rebeldes do HTS e estabelecido os princípios para o apoio contínuo dos Estados Unidos à transição política da Síria.

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