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Rebeldes do M23 raptam mais de 130 pacientes de hospitais no leste da República Democrática do Congo, segundo a ONU

Pessoal da Cruz Vermelha carrega corpos de vítimas dos combates entre as forças governamentais congolesas e os rebeldes do M23 em Goma, 3 de fevereiro de 2025.
Pessoal da Cruz Vermelha carrega corpos de vítimas dos combates entre as forças governamentais congolesas e os rebeldes do M23 em Goma, 3 de fevereiro de 2025. Direitos de autor  AP Photo/Moses Sawasawa
Direitos de autor AP Photo/Moses Sawasawa
De Oman Al Yahyai com AP
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Os raptos ocorrem numa altura em que o grupo apoiado pelo Ruanda prossegue a sua rápida expansão militar no leste da República Democrática do Congo, conquistando cidades importantes e agravando um dos conflitos mais intensos em mais de uma década.

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Os rebeldes do M23 retiraram à força pelo menos 130 doentes e feridos de dois hospitais no leste da República Democrática do Congo (RDC), informou a ONU.

No passado dia 28 de fevereiro, o grupo apoiado pelo Ruanda invadiu o Hospital CBCA Ndosho e o Hospital Heal Africa em Goma, uma cidade estratégica que capturaram no início do ano, de acordo com a porta-voz do Gabinete dos Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani.

Os insurgentes levaram 116 pacientes do CBCA e outros 15 do Heal Africa, acusando-os de serem soldados do exército congolês ou membros da milícia pró-governamental Wazalendo.

"É profundamente preocupante o facto de o M23 estar a retirar doentes das camas dos hospitais em ataques coordenados e a mantê-los incomunicáveis em locais não revelados", declarou Shamdasani, apelando à sua libertação imediata.

Desde o início do ano, os rebeldes do M23 avançaram rapidamente pelo leste da RDC, capturando cidades cruciais e tirando a vida a cerca de 3 mil pessoas, no que foi descrito como a escalada mais significativa do conflito em mais de uma década.

Numa campanha de três semanas, o M23 tomou o controlo de Goma, a maior cidade do leste da RDC, e capturou Bukavu, a segunda maior.

A região é abundante em ouro e coltan, um mineral crucial utilizado em condensadores para eletrónica de consumo, incluindo computadores portáteis e smartphones.

De acordo com os peritos da ONU, os rebeldes são apoiados por cerca de 4 mil soldados do vizinho Ruanda. Ameaçaram também avançar até à capital da RDC, Kinshasa, a mais de 1600 quilómetros de distância.

Por sua vez, Kigali acusou Kinshasa de recrutar combatentes de etnia hutu, responsáveis pelo genocídio de 1994 contra a minoria tutsi e os hutus moderados no Ruanda.

O M23 afirma que está a lutar para proteger os tutsis e os congoleses de origem ruandesa da discriminação e que procura transformar a RDC de um Estado frágil num Estado estável. No entanto, os analistas rejeitaram estas justificações, considerando que se trata de um pretexto para o envolvimento do Ruanda.

Na semana passada, pelo menos 11 pessoas morreram e muitas outras ficaram feridas quando explosões atingiram um comício organizado pelos líderes do M23 em Bukavu.

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