Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Jornalistas palestinianos enfrentam perigo para cobrir acontecimentos do conflito mortal em Gaza

Pelo menos 82 jornalistas perderam a vida em serviço em 2024
Pelo menos 82 jornalistas perderam a vida em serviço em 2024 Direitos de autor  Jehad Alshrafi/AP
Direitos de autor Jehad Alshrafi/AP
De Euronews com AP
Publicado a
Partilhar Comentários
Partilhar Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Link copiado!

De acordo com o gabinete dos direitos humanos da ONU, os repetidos ataques aéreos israelitas destruíram a grande maioria dos gabinetes de imprensa, obrigando os trabalhadores dos meios de comunicação social a operarem a partir das ruas ou de qualquer local onde exista acesso comercial à Internet.

Os jornalistas palestinianos na Faixa de Gaza estão a trabalhar sob níveis de perigo e complexidade sem precedentes, no meio da destruição generalizada das infraestruturas dos meios de comunicação social e das restrições contínuas à liberdade de imprensa desde o início da guerra a 7 de outubro de 2023.

De acordo com o gabinete dos direitos humanos da ONU, os repetidos ataques aéreos israelitas destruíram a grande maioria dos gabinetes de imprensa, obrigando os trabalhadores dos meios de comunicação social a trabalhar nas ruas ou em qualquer local onde exista acesso comercial à Internet.

Ajith Sunghay, diretor do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACNUDH) em Gaza, também manifestou a sua profunda preocupação com os perigos que os jornalistas enfrentam na Faixa de Gaza, embora a situação “tenha sido sempre muito difícil”, afirmou.

“Têm sido sujeitos a opressão em muitos casos que registámos - homicídios, censura e detenção”, disse à UN News, citado pela AP. “Mas também registámos um aumento maciço dessas operações - ataques, assassinatos, detenções e censura - desde 7 de outubro de 2023”.

Além disso, muitos jornalistas queixam-se de ter perdido o seu equipamento técnico devido aos bombardeamentos, deixando muitos sem outra opção senão confiar apenas nos seus telemóveis para ultrapassar os desafios no terreno.

Sunghay observou que os dados do ACNUDH indicam que 209 jornalistas foram mortos em Gaza desde 7 de outubro de 2023, o maior número refletindo todos os jornalistas mortos em serviço ou em casa.

Os testemunhos de quem está no terreno

Sami Shehadeh perdeu a perna direita num ataque aéreo israelita quando fazia uma reportagem no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, em abril de 2024.

Numa entrevista, Shehadeh disse: "Eu era um jornalista de campo com todas as insígnias de imprensa reconhecidas, mas fui diretamente visado. Estava numa área aberta, bem visível, com os meus colegas, e era óbvio que eu era jornalista, mas o ataque aconteceu na mesma". Acrescentou ainda que o ferimento marcou um ponto de viragem importante na sua vida pessoal e profissional.

Num incidente relacionado, o jornalista Moamen Al-Sharafi perdeu os pais e 23 outros membros da família num ataque aéreo israelita à sua casa no norte de Gaza em dezembro de 2023. “Apesar da profunda perda pessoal - semelhante à que muitos dos meus colegas sofreram - continuamos a nossa missão profissional e cumprimos o nosso dever humanitário de transmitir a realidade no terreno”, disse Al-Sharafi.

O gabinete dos direitos humanos da ONU confirmou também que documentou a destruição total dos gabinetes dos meios de comunicação social em Gaza, bem como relatos de detenções e maus tratos de jornalistas palestinianos na Cisjordânia.

Numa declaração anterior, o comissário-Geral da agência da ONU para os palestinianos, Pilippe Lazzarini, afirmou que as autoridades israelitas têm negado o acesso dos meios de comunicação internacionais a Gaza desde o início da guerra, o que, segundo ele, contribui para “a disseminação de desinformação, falsas narrativas e retórica desumanizante”.

Acrescentou que os jornalistas palestinianos “continuam o seu trabalho heroico e estão a pagar um preço elevado”, sublinhando que “o livre fluxo de informação e a cobertura independente são pilares essenciais para garantir a verdade e a responsabilidade durante os conflitos”. Apelou a que os meios de comunicação internacionais tenham acesso a Gaza sem mais demoras.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhar Comentários

Notícias relacionadas

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa: desafios para a sua proteção e o papel da IA nos meios de comunicação social

Quase 200 estudantes e jornalistas julgados pelos protestos em Istambul

Jornalistas condenados a cinco anos e meio de prisão por colaborarem com fundação de Navalny