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Como é que os meios de comunicação social israelitas cobriram os ataques ao Irão?

 Um manifestante iraniano segura um cartaz do líder supremo Ayatollah Ali Khamenei durante uma manifestação anti-israel em Teerão, no Irão, na sexta-feira, 13 de junho de 2025.
Um manifestante iraniano segura um cartaz do líder supremo Ayatollah Ali Khamenei durante uma manifestação anti-israel em Teerão, no Irão, na sexta-feira, 13 de junho de 2025. Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De يورونيوز
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A cobertura mediática israelita do ataque de Israel contra o Irão variou entre o elogio da operação e o questionamento das suas repercussões.

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O ataque de Israel na madrugada de sexta-feira a alvos iranianos incendiou não só as tensões regionais, mas também os meios de comunicação social israelitas, que se dividiram na cobertura do acontecimento entre a dimensão técnica e militar e a análise política e estratégica, no meio de uma profunda tomada de consciência de que o que aconteceu não é apenas uma operação militar, mas um ponto de viragem que pode redesenhar o mapa dos confrontos na região.

Haaretz: ceticismo e interrogações sobre a escalada

O Haaretz, conhecido pela sua atitude crítica em relação ao establishment político e de segurança, escolheu um ângulo analítico cauteloso. No seu editorial, não subscreveu a narrativa da "vitória tática", mas levantou questões sobre a viabilidade do ataque e as suas dimensões futuras.

Os analistas do jornal questionam se esta operação é o prelúdio de uma guerra mais vasta que Israel poderá não conseguir conter, ou se é apenas uma manobra tática para dissuadir o Irão de avançar com o seu programa nuclear.

O jornal também relacionou o ataque com as tensões internas em Israel, argumentando que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está "a travar a sua maior batalha no estrangeiro, enquanto a sua legitimidade está a diminuir em casa".

Yedioth Ahronoth: uma vitória militar... e aviso de possíveis retaliações

O Yedioth Ahronoth, o jornal de maior circulação, adoptou um tom que tende a centrar-se nos aspetos operacionais. Publicou pormenores sobre a natureza dos ataques, os tipos de munições utilizadas e as estimativas do exército sobre as perdas infligidas às infraestruturas militares iranianas.

Mas também não deixou de mencionar os desafios futuros. A sua cobertura incluiu análises sobre a possibilidade de abertura de frentes no norte com o Hezbollah, ou no Mar Vermelho com os Houthis, assinalando "o maior alerta de segurança desde a guerra de 1973".

Jerusalem Post: um sucesso dos serviços secretos e o perigo de erros de cálculo

Na sua cobertura, o Jerusalem Post, de língua inglesa, centrou-se na "precisão da coordenação dos serviços secretos", descrevendo a operação como "mais complexa do que o assassínio de Fakhrizadeh", sublinhando que o ataque foi levado a cabo após meses de monitorização e implementação gradual.

Mas também advertiu que "Israel pode ter aberto uma porta que não pode ser facilmente fechada" e recordou a fragilidade da frente interna, especialmente à luz do declínio da prontidão das forças de reserva e da crise associada ao serviço militar obrigatório para os judeus haredi.

Times of Israel: uma narrativa a várias vozes

O Times of Israel adoptou uma abordagem mais abrangente da cobertura noticiosa. Citou declarações de fontes israelitas e americanas, nomeadamente a afirmação de que "os EUA tinham conhecimento do ataque, mas não participaram efetivamente".

Também referiu que a operação "pode ter um impacto eleitoral interno", uma vez que Netanyahu tenta recuperar o ímpeto político face à escalada de protestos sobre a situação dos reféns em Gaza e às acusações da oposição de que está a arrastar o país para confrontos abertos com fins políticos.

A maioria dos meios de comunicação social israelitas concordou em caracterizar o acontecimento como um "momento crucial", mas divergiu na leitura do preço que o Estado hebraico poderá pagar. Enquanto alguns jornais aplaudiram o feito de segurança, outros não esconderam a sua preocupação com as repercussões do ataque, quer na frente iraniana, quer a nível interno.

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