Teerão e Moscovo unem-se na sequência dos ataques aéreos dos EUA, mas Volodymyr Zelenskyy dirige uma advertência a Vladimir Putin.
No domingo, as autoridades russas castigaram os EUA pelo seu ataque com mísseis contra as centrais nucleares iranianas, lançando ameaças veladas de que as ambições nucleares do Irão não seriam frustradas e dando as boas-vindas ao ministro dos Negócios Estrangeiros de Teerão para conversações em Moscovo.
Entretanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, avisou o "Ayatollah Putin" para esperar um destino semelhante, uma vez que o país que foi lançado como um pária pelo Ocidente devido à sua invasão em grande escala da Ucrânia procurou assumir o papel de mediador honesto.
Um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia "condenou veementemente" os ataques aéreos e classificou-os como "uma violação grosseira do direito internacional, da Carta das Nações Unidas e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU".
Dmitry Medvedev, que é vice-chefe do Conselho de Segurança do presidente Vladimir Putin, disse que vários países estavam preparados para fornecer armas nucleares a Teerão. Não especificou quais, mas disse que o ataque dos EUA causou danos mínimos e não impedirá Teerão de procurar obter armas nucleares.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano disse numa conferência de imprensa que viajará hoje para Moscovo e que terá um encontro com o presidente russo Vladimir Putin na segunda-feira.
"A Rússia é um amigo do Irão e temos uma parceria estratégica", afirmou numa conferência de imprensa em Istambul.
"Consultamo-nos sempre e coordenamos as nossas posições", disse Araghchi, referindo que a Rússia é um dos signatários do acordo da ONU sobre a proliferação nuclear no Irão.
"Amanhã terei consultas sérias com o presidente russo e continuaremos a trabalhar em conjunto", afirmou.
Zelenskyy aponta para uma descarada duplicidade de critérios
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, sublinhou a ironia do facto de a Rússia apontar o dedo aos Estados Unidos por alegadas violações das regras globais, numa publicação no X em que afirmava que o país tinha mais uma vez assinalado que não queria um cessar-fogo na Ucrânia.
"O Ayatollah Putin pode olhar para os seus amigos no Irão para ver onde esses regimes acabam e até onde levam os seus países", avisou Zelenskyy ao Presidente russo num post no X.
Zelenskyy disse que "a Rússia quer entrar em guerra. Até mesmo com algumas ameaças. Isto significa que a pressão que o mundo está a exercer ainda não os está a afetar o suficiente, ou que estão a tentar manter as aparências. Bem, a economia russa já está a desmoronar-se. Vamos apoiar este processo ainda mais".