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Merz considera a ofensiva israelita "inaceitável", Sánchez denuncia ataques "indiscriminados"

O Chanceler alemão com o seu homólogo espanhol.
O Chanceler alemão com o seu homólogo espanhol. Direitos de autor  AP Photo
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De Cristian Caraballo
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O encontro entre Merz e Sánchez ocorreu na sequência do aumento dos ataques israelitas a Gaza. Merz evitou utilizar o termo genocídio e reafirmou que a Alemanha não reconhece a Palestina como um Estado.

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O chanceler alemão Friedrich Merz fez a sua primeira visita oficial a Espanha desde que entrou em funções em maio, substituindo Olaf Scholz. Esta visita marca um novo capítulo nas relações bilaterais, após a estreita harmonia que Pedro Sánchez manteve com o seu antecessor, com quem partilhava uma família política.

Merz não fala de genocídio

O encontro surge após a intensificação dos ataques israelitas a Gaza, mas Merz, ao contrário de Sánchez, evitou utilizar o termo genocídio, embora o tenha classificado como "inaceitável". Merz também referiu que a Alemanha não deve reconhecer a Palestina como um Estado.

"Queremos que a solução de dois Estados se torne uma realidade. A Alemanha não está a considerar o reconhecimento de um Estado palestiniano porque acredita que esse deve ser o último passo na solução de dois Estados".

O primeiro-ministro espanhol aproveitou a reunião para agradecer à Alemanha pelo apoio às resoluções da ONU, que apelam a Israel para "cessar a violência". "A Alemanha, ao longo de todo este tempo, apoiou de forma afirmativa as resoluções do Conselho de Segurança da ONU em que Israel, o governo de Netanyahu,** foi instado a cessar a violência e a permitir o acesso à ajuda humanitária".

O líder do governo espanhol afirmou ainda que o terrorismo "não pode ser derrotado como Israel está a fazer com um ataque indiscriminado à população civil, com mais de 60.000 mortos". Para defender a sua posição, Sánchez usou como exemplo os ataques do grupo terrorista ETA durante grande parte do regime de Franco. "O resultado será uma região mais insegura e isolada".

Alemanha e Países Baixos suspendem exportações militares para Israel

A Alemanha suspendeu as exportações de armas para Israel que poderiam ser utilizadas em Gaza, enquanto os Países Baixos cancelaram as entregas de equipamento naval pela mesma razão. Friedrich Merz expressou dúvidas sobre se o plano israelita ajudará a desarmar o Hamas, a libertar os reféns e a avançar para um cessar-fogo.

O encontro entre os dois líderes foi também dominado por outras questões fundamentais de defesa e outros assuntos, como o apoio à Ucrânia face à invasão russa, a defesa da frente sul da NATO - onde Espanha desempenha um papel proeminente -, o desafio migratório e as questões energéticas. O governo alemão sublinha que Merz e Sánchez têm uma boa relação, o que facilita a abordagem de uma agenda densa e estratégica.

No domínio da defesa, a Alemanha e Espanha participam, juntamente com França, no projeto Future Combat Air System (FCAS), uma iniciativa para o desenvolvimento de um caça europeu que continua bloqueada devido a divergências entre Berlim e Paris.

A política de migração também esteve no centro das atenções. Merz, que promove uma viragem restritiva da Alemanha neste domínio, chegou a Madrid para discutir a gestão dos fluxos migratórios e a necessidade de reforçar a proteção das fronteiras externas da União Europeia.

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