Volodymyr Zelenskyy apelou aos parceiros ocidentais para que fornecessem mais sistemas Patriot, mas as limitações de produção e a necessidade de manter as existências atrasaram a entrega.
A Ucrânia recebeu mais sistemas de defesa aérea Patriot, fabricados nos Estados Unidos, para ajudar a combater as barragens aéreas diárias da Rússia, disse o presidente Volodymyr Zelenskyy, quando os drones russos mataram uma pessoa e feriram outras cinco no último ataque noturno.
"Hoje, já podemos afirmar que obtivemos um bom resultado para nossa defesa aérea: a Ucrânia agora possui mais mísseis Patriot. Agradeço ao Chanceler Merz, à Alemanha e a todos que contribuíram – nossos acordos foram cumpridos. Mais mísseis Patriot já estão na Ucrânia e sendo colocados em operação", disse num vídeo publicado na rede social X no domingo à noite."É claro que são necessários mais sistemas para proteger as principais infraestruturas e as nossas cidades em todo o território do nosso Estado", concluiu.
Os sofisticados sistemas Patriot são a arma mais eficaz contra os mísseis russos que a Ucrânia possui no seu arsenal de armas e Zelenskyy apelou aos parceiros ocidentais para que fornecessem mais destes sistemas, contudo as limitações de produção e a necessidade de manter as existências atrasaram a sua entrega.
A Alemanha anunciou há três meses que iria entregar mais dois sistemas de defesa aérea Patriot à Ucrânia, depois de ter obtido garantias de que os Estados Unidos dariam prioridade à entrega de novos Patriots à Alemanha, a fim de aumentar as suas reservas.
O ministério da Defesa alemão afirmou na segunda-feira que o país forneceu à Ucrânia mais sistemas Patriot das suas próprias forças armadas do que qualquer outro país.
O comunicado refere ainda que a Alemanha também forneceu sistemas de defesa aérea com diferentes alcances, como o IRIS-T e o Skynex.
A NATO está a coordenar entregas regulares de grandes pacotes de armas à Ucrânia. Os aliados europeus e o Canadá estão a comprar grande parte do seu equipamento aos Estados Unidos, que têm maiores reservas de equipamento militar pronto e armas mais eficazes.
A administração Trump não está a fornecer quaisquer armas à Ucrânia, ao contrário da anterior administração Biden.
Ataques à Ucrânia
O implacável bombardeamento da Rússia em áreas urbanas atrás da linha da frente, após a invasão total da Ucrânia há quase quatro anos, matou milhares de civis.
A Rússia também atacou a rede energética do país, numa tentativa de impedir que os civis recebam aquecimento e água corrente no inverno, bem como de interromper a produção industrial de drones e mísseis recentemente desenvolvidos pela Ucrânia.
A Rússia lançou 12 mísseis de vários tipos e 138 drones de ataque e de engodo contra a Ucrânia durante a noite de segunda-feira, segundo a força aérea ucraniana.
Na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, os drones russos atingiram uma casa onde mataram um homem e feriram cinco membros da sua família. Duas mulheres também ficaram feridas na sequência de outro ataque, segundo as autoridades.
"Os russos cinicamente atacaram pessoas - deliberadamente, à noite, enquanto dormiam", escreveu o chefe regional Oleh Hryhorov no Telegram em resposta aos ataques.
Também na região de Dnipro mísseis russos provocaram um incêndio numa empresa ferindo um homem, disse o chefe regional Vladyslav Haivanenko.
Os drones russos também atingiram infraestruturas energéticas na região meridional de Mykolaiv.
Ao mesmo tempo, a Ucrânia tem tentado danificar a indústria petrolífera russa, um dos pilares da sua economia.
As forças ucranianas atacaram a refinaria de petróleo russa de Saratov durante a noite e provocaram um incêndio, de acordo com o Estado-Maior da Ucrânia. Este foi o quarto ataque ucraniano à instalação em quase sete semanas.
A refinaria, situada a cerca de 500 quilómetros da fronteira ucraniana, pode processar vários milhões de toneladas métricas de petróleo por ano.
Zelenskyy afirmou na semana passada que os ataques de longo alcance às refinarias russas reduziram em 20% a capacidade de refinação de petróleo de Moscovo.