Do lado político foram exigidas garantias de proteção aos empregos e fábricas das marcas nos respetivos países.
O governo francês abordou esta terça-feira a possível fusão entre a Renault e a Fiat-Chrysler, deixando clara a exigência da proteção dos empregos e das fábricas da empresa em França.
Segundo o ministro das Finanças Bruno Le Maire, a mensagem foi já transmitida à administração da empresa, caso queira o apoio do Executivo para levar por diante esta operação, o que resultaria no terceiro maior grupo automóvel mundial, apenas atrás da Volkswagen e da Toyota.
"O primeiro ponto é: empregos e instalações industriais. Disse ao presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, muito claramente que era a primeira das garantias que eu queria dele na abertura dessas negociações com a Fiat", explicou.
O vice-primeiro-ministro de Itália, Matteo Salvini, avisou já que, se for necessário, o governo deve estar preparado para assumir uma posição num conglomerado Fiat Chrysler-Renault. Em causa está a importância do setor automóvel para a economia italiana.
"Se a Fiat crescer, é uma boa notícia para a Itália e para os italianos, desde que a operação seja brilhante e que, no futuro, proteja todos os empregos neste país, criando e desenvolvendo um gigante europeu", disse o controverso Ministro italiano do Interior e número dois do governo transalpino.
No entanto, o sindicato da Renault mostra-se cético sobre a operação. Para Fabien Gache, líder da estrutura sindical, a potencial fusão pode significar um risco para os funcionários e acrescenta que a prioridade dos acionistas é "enriquecer aqueles que já são ricos".
"Os acionistas, aqueles que têm a maioria num negócio, e que não importa se são franceses, japoneses ou italiano - em particular a família Agnelli - têm uma obsessão: enriquecer aqueles que já são ricos", frisou.
O plano, que pode criar o terceiro maior grupo automóvel mundial, levanta questões difíceis sobre como os japoneses da Nissan, que são parceiros da Renault à semelhança da Mitsubishi, se encaixaria numa aliança radicalmente diferente.
O presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, chegou entretanto ao Japão para discutir a proposta e tentar acalmar os receios do parceiro nipónico.