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Vendas da Tesla caem a pique na Alemanha após Elon Musk manifestar apoio à AfD

Elon Musk aparece durante uma ligação vídeo em direto num evento da ADF em Halle, Alemanha. 25 de janeiro de 2025.
Elon Musk aparece durante uma ligação vídeo em direto num evento da ADF em Halle, Alemanha. 25 de janeiro de 2025. Direitos de autor  Sebastian Willnow/DPA/AP
Direitos de autor Sebastian Willnow/DPA/AP
De Eleanor Butler
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As vendas começaram a cair a pique na Alemanha depois de o bilionário ter manifestado o seu apoio à extrema-direita no país. As vendas de veículos elétricos da Tesla também diminuíram em França e no Reino Unido no mês passado.

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O fabricante de veículos elétricos Tesla viu as vendas de automóveis na Alemanha caírem 59%, em comparação com o período homólogo, no mês passado, de acordo com a Autoridade Federal de Transportes Motorizados do país.

A Tesla, que é o maior fabricante de veículos elétricos do mundo e tem sua única fábrica europeia na Alemanha, contabilizou apenas 1.277 automóveis novos no país em janeiro.

Em causa o valor mensal mais baixo registado desde julho de 2021.

Algo que aconteceu, também, apesar do facto de o mercado mais generalizado de veículos elétricos da Alemanha ter crescido 54% em janeiro, reduzindo a quota de mercado da Tesla de 14 para 4%.

Diferentes razões para a queda nas vendas

Há uma série de fatores que podem ter contribuído para a queda das vendas, de acordo com os especialistas.

Uma possibilidade, considerada provável, está relacionada com o estatuto em ascensão do diretor-executivo da empresa, Elon Musk, como figura política, bem como o seu apoio vocal a figuras da extrema-direita.

Numa altura em que a Alemanha se prepara para eleições federais, agendadas para o final deste mês, Musk tem apoiado publicamente o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

Um movimento que está, nomeadamente, a fazer campanha a favor da deportação em larga escala de migrantes na Alemanha e que é conhecido pelas suas opiniões eurocéticas e pró-Moscovo.

Elon Musk fez, inclusive, uma aparição surpresa num evento da AfD, no mês passado, dizendo aos participantes: "É bom ter orgulho na cultura alemã, nos valores alemães, e não perder isso numa espécie de multiculturalismo que dilui tudo."

"Existe um foco demasiado grande na culpabilização pelo passado e temos de ultrapassar isso", afirmou, referindo-se aparentemente ao governo nazi da Alemanha.

"As crianças não devem ser culpabilizadas pelos pecados dos pais, muito menos dos bisavós", defendeu Musk.

O homem mais rico do mundo também recebeu Alice Weidel, líder da AfD, numa conversa transmitida na sua rede social X, no mês passado.

Quebras em França e no Reino Unido

A incursão de Musk na política alemã surge numa altura em que o empresário sul-africano se consolidou como o braço direito do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tendo assegurado o papel de "funcionário especial do governo".

A função de Musk consiste em implementar a iniciativa de eficiência governamental conhecida como DOGE, um programa radical de redução de custos.

Para além das alianças políticas de Musk, os especialistas observam que a queda nas vendas da Tesla pode estar relacionada com o lançamento do Modelo Y do fabricante.

É possível que alguns clientes tenham adiado a compra de veículos Tesla, em janeiro, por estarem à espera do novo Modelo Y, cujo lançamento está previsto para o primeiro semestre deste ano.

Outros sugerem que a falta de stock pode ter contribuído para a queda, após a Tesla ter feito um esforço para aumentar as vendas no final do ano passado.

O fabricante de automóveis também viu as vendas caírem em França e no Reino Unido, no mês passado, em 63% e 12%, respetivamente.

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