A economia do Japão expandiu-se a um ritmo mais forte no primeiro trimestredo que o anteriormente estimado. Os dados foram publicados horas depois de o primeiro-ministro Shigeru Ishiba ter anunciado a sua demissão, há muito esperada, na sequência da derrota do seu partido nas eleições no verão.
Os gastos saudáveis dos consumidores alimentaram a economia do Japão entre abril e junho, apesar das preocupações com as tarifas dos Estados Unidos (EUA) e a incerteza política interna, de acordo com dados governamentais divulgados esta segunda-feira.
O Gabinete do Governo disse que o produto interno bruto (PIB) real do Japão, a soma do valor dos bens e serviços de uma nação, cresceu a uma taxa de 2,2% ajustada sazonalmente no trimestre em comparação com o ano anterior.
Este valor foi melhor do que a estimativa preliminar de crescimento de 1%, divulgada no mês passado, uma vez que os gastos sólidos dos consumidores aumentaram o crescimento mais do que se pensava anteriormente.
Em termos trimestrais, o PIB do Japão cresceu 0,5%, acima da estimativa inicial de um aumento de 0,3%.
A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar as tarifas sobre as importações japonesas em território norte-americano é uma grande preocupação para a economia dependente das exportações, especialmente as exportações de automóveis, que agora enfrentam uma tarifa de 15%, acima dos 2,5%.
De acordo com os últimos dados do governo, o consumo privado aumentou 0,4%. Este valor representa uma melhoria em relação à estimativa inicial de crescimento de 0,2%, elevando o crescimento da procura interna para território positivo, com um crescimento de 0,2%, em vez de uma contração de 0,1%, como nos dados anteriores.
Mercados bolsistas reagem positivamente à demissão do primeiro-ministro
A maioria das ações asiáticas subiu, com o índice de referência do Japão a registar uma subida nas negociações da manhã de segunda-feira, apesar da incerteza política que paira no ar, depois de o primeiro-ministro Shigeru Ishiba ter anunciado, na noite de domingo, que ia demitir-se do cargo de chefe do executivo e de líder do seu partido.
Esta decisão surge na sequência dos crescentes apelos do seu partido para assumir a responsabilidade pela derrota histórica nas eleições parlamentares de julho. Ishiba explicou, numa conferência de imprensa no domingo à noite, que tencionava demitir-se, mas que estava primeiro determinado a fazer progressos nas negociações pautais com os Estados Unidos.
O presidente norte-americano, Donald Trump, ordenou, na sexta-feira, a redução dos direitos aduaneiros sobre os automóveis e outros produtos japoneses de 25% para 15%.
O primeiro-ministro deverá permanecer no cargo até à eleição e aprovação de um novo líder pelo parlamento.
"Os mercados poderão reagir a curto prazo à incerteza temporária de uma liderança lame-duck, mas esta situação poderá resolver-se quando for escolhido um novo líder. Entretanto, a posição do LDP como partido minoritário não deverá mudar tão cedo e, como tal, o compromisso será o nome do jogo político", disse Naomi Fink, estratega global chefe da Amova Asset Management.
O Nikkei 225, índice de referência do Japão, ganhou 1,4% nas negociações da manhã. O Kospi da Coreia do Sul ganhou 0,2%. O S&P/ASX 200 da Austrália perdeu 0,3%.
O Hang Seng de Hong Kong subiu 0,3%, enquanto o Shanghai Composite subiu 0,2%.