Sydney celebra os anos 50

Access to the comments Comentários
De  João Peseiro Monteiro  com APTN
Sydney celebra os anos 50

Os anos 50 deixaram ícones como James Dean e Marilyn Monroe. Mas também legaram um ideário que se refletiu na moda, no design e no estilo de vida. A cidade australiana de Sydney celebra há duas décadas a época dourada da cultura popular americana num evento que se tornou bastante concorrido. Apesar do brilho dos anos 50, a escritora e embaixadora nacional da UNICEF Tara Moss, não se deixa ofuscar:

Eu não vejo a política ou os problemas sociais daqueles tempos com uns óculos cor-de-rosa, no entanto vejo muitas coisas de que gosto naqueles anos

Tara Moss Autora, modelo e embaixadora da UNICEF

“Um nostálgico do tipo restaurador desejaria viver nos anos 50, desejaria que a vida decorresse autenticamente como nos anos 50 porque acredita que eram tempos melhores. Já uma nostálgica refletiva como eu não acredita que aqueles tempos eram melhores. Eu não vejo a política ou os problemas sociais daqueles tempos com uns óculos cor-de-rosa, no entanto vejo muitas coisas de que gosto naqueles anos.”

A Rose Seidler House, construída na época, alberga a Sydney Fifties Fair. A casa-museu de estilo Bauhaus foi projetada pelo arquiteto Harry Seidler. A construção destinada aos seus pais era bastante arrojada para os padrões da época e tornou-se na altura num ferveroso tópico de discussão na maior cidade australiana. Mas a importância desta casa não se resume ao design exterior, como explica a curadora, Jo Nicholls:

“Tem uma coleção de mobiliário e de acessórios que datam do tempo em que a casa foi construída, entre 1948 e 1950. Entres os meus favoritos está uma coleção de cadeiras Eames que foram compradas por Harry Seidler em Nova Iorque antes de ele vir para cá para desenhar a casa para os pais, Max e Rose.”

Entre os fãs dos anos 50 há quem assuma este look no quotidiano.

“Eu adoro as cores e a feminilidade. Acho que as mulheres nos anos 50 se pareciam com mulheres. E tenho de admitir que adoro saiotes. Tenho sempre um saiote. Sou professora primária mas vou sempre trabalhar de saiote e saltos altos” – confessa Laura Jane Aulsebrook.

O evento nostálgico celebra-se há 21 anos, no mês de agosto. O sucesso da concentração levou ao surgimento de feiras semelhantes no resto do país.