Berlinale sob o signo da pandemia

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De  Teresa Bizarro  & Frédéric Ponsard
Berlinale sob o signo da pandemia
Direitos de autor  AFP

O Festival de Cinema de Berlim abre atradicionalmente a temporada da sétima arte na Europa. Este ano, pela primeira vez na história, vai decorrer sem aparato e sem tapete vermelho, pelo menos para já. A organização dividiu o evento em duas partes: o festival virtual arranca esta semana; para junho projeta uma edição com público.

Mariette Rissenbeek, diretora executiva do festival, explica que "não era uma opção simplesmente cancelar" o evento. "Procurámos a melhor solução possível para poder oferecer um programa ao público, à imprensa e à indústria cinematográfica em 2021. Foi por isso que pensámos numa Berlinale em 2 fases. Um formato completamente novo, com o qual estamos a desbravar novos caminhos," revela.

A lista de filmes em competição é este ano mais pequena. Apenas 15 longas metragens, a maioria europeias, mas nenhuma portuguesa. Há seis obras com cunho de Portugal, na secção de curtas e no fórum de reflexão.

O festival tem historicamente uma marca política forte. Este ano, não é excepção trazendo para a grande tela o impacto da pandemia. "A programação do Festival inclui filmes que, quer na produção, quer no seu processo de pós-produção, foram impactados pela pandemia. Se apenas alguns mostram directamente o novo mundo em que vivemos, todos eles carregam no subtexto os tempos incertos que estamos a viver," diz Carlo Chatrian, diretor artístico do Festival de Cinema de Berlim.

Na próxima sexta-feira são conhecidos os vencedores. De 9 a 20 de junho, Berlim deverá acolher uma edição aberta ao público onde serão exibidos todos os filmes selecionados.