Uma antiga fábrica de máquinas de lavar roupa transformou-se num centro artístico para bailarinos de todo o mundo, no âmbito da Bienal da Dança de Lyon.
Uma antiga fábrica de máquinas de lavar roupa foi transformada num centro artístico para bailarinos de todo o mundo, no âmbito da Bienal da Dança de Lyon.
O local foi palco da Fagor experience que reúne jovens dançarinos amadores e coreógrafos de renome. "Para mim, foi uma inovação artística e social. Todas as obras são interpretadas por jovens de Lyon com idades entre os quinze e os vinte e cinco anos. Perante a receção que este projeto teve, penso que devemos continuar a experiência”, disse à euronews Dominique Hervieu, diretora artística da Bienal da Dança de Lyon.
Um dueto sobre o encontro entre duas pessoas
A programação da bienal da dança de Lyon incluiu a estreia do espetáculo Neighbours Part 1, concebido e interpretado por dois bailarinos.
“É uma peça sobre uma relação entre duas pessoas, dois dançarinos, com origens diferentes. São duas culturas que se encontram e partilham esse conhecimento mútuo no palco”, contou à euronews Brigel Gjoka, bailarino e coreográfo do espetáculo Neighbours Part 1.
"Foi um processo muito difícil. Tivemos que encontrar um meio-termo e desenvolver novas ferramentas para criar a coreografia. O resultado não é o mesmo que o de um solo, feito individualmente. Nós construímos uma linguagem totalmente nova para comunicar", explicou o bailarino e coreógrafo Rauf Rubberlegz Yasit.
A versão final do espetáculo deverá ser apresentada em Londres em 2022.
Um novo vocabulário a partir dos movimentos quotidianos
Noé Soulier criou a peça Removing para um grupo de quarenta alunos de escolas de dança de Lyon e Angers. O objetivo do trabalho artístico foi criar um novo vocabulário físico, a partir dos movimentos do quotidiano.
“É uma obra que se baseia em objectivos práticos muito simples: bater, evitar e lançar. Foi o que usei para criar a coreografia, para criar o movimento. Os gestos foram concebidos a partir de objetos imaginários o que cria uma distorção, por exemplo, batemos com uma parte frágil do corpo, a caixa toráxica ou a garganta", explicou à euronews Noé Soulier, coreógrafo e diretor do Centro Nacional da Dança de Angers.
O lugar dos jovens na cidade
A obra Entropic Now, de Christophe Haleb, explora o lugar dos jovens nos espaços públicos urbanos e inspira-se nas suas histórias e nos seus desejos. O resultado é uma performance multimédia que mistura vídeo, dança, música, fotografia e arte.
"Quis questionar a cidade através da juventude, a partir da forma com os jovens vivem e se juntam nos espaços públicos e nos espaços urbanos, em particular ao nível das práticas de desporto urbano e dança urbana. Abordo a forma como os jovens se juntam, a moda e a juventude na cidade", resumiu o coreógrafo e cineasta Christophe Haleb.
A pista de dança virtual I-Dance de Pierre Giner foi um dos destaques da edição deste ano. Basta criar um avatar e o software faz o resto.
A Bienal da Dança de Lyon decorre até 16 de junho.