Contradições e conflitos de "Rigoletto" sobem ao palco em Barcelona

Exuberante e minimalista, "Rigoletto", é um drama sombrio com melodias alegres.
A obra-prima de Verdi subiu ao palco no Gran Teatre del Liceu, em Barcelona, e marca a estreia do tenor francês Benjamin Bernheim, para quem "esta é a mais completa" ópera do compositor, mas também intocável, porque tudo faz sentido. Tudo tem uma importância, cada nota, cada barra".
A obra tem como protagonistas um triângulo formado pelo poderoso Duque de Mantua, um bobo da corte, Rigoletto, e a sua amada e superprotegida filha, Gilda. Quando Gilda se apaixona pelo duque, a tragédia toma o seu curso.
As matizes emocionais de cada personagem, orientam o espectador pela trama
"Temos três cores, talvez não particulares, mas paletas de cores diferentes: quente para Rigoletto, elegante e arrogante para o Duque e doce e bela como uma flor, uma flor que desabrocha para Gilda".
O papel interpretado por Bernheim é complexo, ao se revelar um notório mulherengo, que se apaixona e sofre, porque o seu objeto de desejo é raptado.
"Há algo de muito doce neste tipo que é realmente um mentiroso, um manipulador. Há algo que não está sob o seu controlo. Algo lhe foi tirado e ele está realmente com medo e não só por ele, ele tem medo por ela", desvenda o tenor.
Olga Peretyatko dá vida a Gilda. Para a soprano russa, "Rigoletto é realmente um thriller psicológico que vai ser sempre relevante, porque se trata da morte, do amor, do autossacrifício e da sede de poder".
A equipa de artistas reunida para este espetáculo é, no entanto, uma vantagem, para a artista.
"Somos uma equipa tão forte, pessoas que não querem atrair toda a atenção, como se estivéssemos sozinhos e os outros nos seguissem, mas somos uma equipa. E isso é ótimo".