A euronews esteve na capital francesa e conta-lhe o que pode encontrar na edição deste ano da mostra de arte com portas abertas junto à Torre Eiffel
No ano passado, a Feira de Arte de Paris assentou arraiais no parque Champ-de-Mars, junto à Torre Eiffel, no edifício temporário do efémero Grand Palais, desenhado pelo arquiteto Jean-Michel Wilmotte.
A Feira de Arte de Paris é a maior mostra de arte moderna e contemporânea da capital francesa. Reúne a cada ano galerias de obras de artistas franceses e internacionais.
São 130 expositores presentes nesta edição, juntando, conta-nos o nosso enviado especial a Paris, "galerias, artistas, colecionadores e amantes de arte". O objetivo, explica-nos o jornalista Fred Ponsard, é "sentir o pulso do mercado e descobrir a tendência das criações contemporâneas de artistas famosos e já confirmados e os talentos do emergentes."
Os expositores colocam obras de assinaturas reconhecidas ao lado das de nomes em que depositam esperança para o futuro. Todos os trabalhos expostos estão à venda, numa mostra de grande diversidade de estilos e para todas as carteiras.
"A feira oferece um palco às galerias famosas e, ao mesmo tempo, temos a presença do que chamo galerias de autor. São pequenas e médias galerias, com linhas originais. É este um pouco o ADN da Feira de Arte de Paris: ter obras famosas e ao mesmo tempo a descoberta", explicou à Euronews Guillaume Piens, o curador da Feira de Arte de Paris 2022.
Este ano, a mostra está comprometida com o planeta. A natureza e o ambiente estão na questão central que cruza esta edição.
Entre os artistas em exibição, muitos mostram-nos como se relacionam com a ecologia e a relação que têm com a natureza, pegando em materiais orgânicos ou questionando a pegada carbónica.
É um tema universal e transversal. Toca muitos dos problemas da atualidade, como nos sublinha a curadora da exposição "Arte e Ambiente", Alice Audouin.
"É uma seleção de 17 artistas. Muitos são jovens artistas. Há um verdadeiro fenómeno geracional. É verdade que muitos artistas jovens exploram temas ambientais. Nasceram com a crise ecológica e esta é a época deles, por isso todos os que exploram a realidade, que são porosos e que trabalham sobre os problemas deste momento, cruzam inevitavelmente os problemas ambientais atuais, seja o clima, a biodiversidade ou a poluição", afirmou Alice Audouin.
Entre os artistas da seleção "Histórias Naturais" encontramos o camaronês Barthélemy Togo, representado pela galeria Lelong and Company. Togo mostra-nos obras produzidas durante a pandemia e inspiradas pelo uso das máscaras de proteção.
"Nasci em Mbalmayo, no meio da floresta equatorial e sei bem da importância da natureza e da vitalidade da natureza. Sempre me senti apaixonado e próximo da natureza. É importante para mim inclui-la no meu trabalho e celebra-la", disse à Euronews Barthélemy Togo.
Os expositores aceitaram o desafio e muitas acabaram por entrar no percurso "Arte e Ambiente" proposto este ano pela Feira de Arte de Paris.
Entre elas, a Galleria Continua, que representa uma rede de oito galerias europeias, a mais recente inaugurada recentemente em Paris.
"Abrimos esta semana uma exposição de Pascale Martine Tayou, que trouxemos à Feira de Arte de Paris. Temos aqui três obras porque o trabalho dela dialoga com o tema escolhido este ano pela Feira sobre a arte e o ambiente", contou-nos Salomé Zelic, da Galleria Continua.
A Feira de Arte de Paris de 2022 permite encontrar num mesmo espaço, até 10 de abril, uma vasta e abrangente amostra do mundo da arte atual.