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Dia Mundial dos Refugiados: Jeny BSG apela à ação com Dance4refugees

Jeny Bsg diz que a dança é uma linguagem "universal" para falar de refugiados, um problema "universal
Jeny Bsg diz que a dança é uma linguagem "universal" para falar de refugiados, um problema "universal Direitos de autor  Julien Maniquet
Direitos de autor Julien Maniquet
De Isabel Marques da Silva
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Jeny Bonsenge, ícone da dança internacional, também conhecida como Jeny BSG, lançou um desafio de dança no início deste mês como apelo à ação em prol dos refugiados. Na véspera do Dia Mundial dos Refugiados, a artista falou à Euronews sobre a sua motivação para trabalhar com o ACNUR.

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"Wake up, wake up" ("Acordem, acordem") é o refrão da música de Felix Flavour que Jeny BSG coreografou para a campanha Dance4Refugees, no Instagram, lançada num evento no Centro de Artes Bozar, em Bruxelas.

A campanha faz um apelo à ação, ao nível da sensibilização sobre a situação dos refugiados e da doação de fundos para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugidos (ACNUR).

"Toda a gente precisa de acordar. É altura de falar sobre o assunto, é altura de ajudar, é altura de reagir. Não podemos ficar em silêncio, temos de falar em nome dos oprimidos e é isso que estou a fazer", disse à Euronews.

A campanha nas redes sociais desafia as pessoas a publicarem as suas versões da coreografia no Instagram e a doarem fundos. A campanha destina-se principalmente aos jovens, com quem Jeny trabalha na escola de dança que fundou e quando viaja para o estrangeiro.

"Tento cativar a geração mais jovem porque, para mim, eles são a mudança, podem fazer a diferença neste mundo. A dança foi, para mim, a forma ideal de chamar a atenção e mudar a narrativa, de celebrar a força, o potencial e a resiliência dos refugiados", afirmou Jeny.

Jeny Bsg trabalha com crianças e jovens numa escola que fundou em Bruxelas
Jeny Bsg trabalha com crianças e jovens numa escola que fundou em Bruxelas Vianney Le Caer/2021 Invision

O "legado" do conflito na RDC

A bailarina e coreógrafa nasceu na Bélgica, onde a sua família procurou refúgio do conflito de longas décadas na República Democrática do Congo (RDC). Um passado que deixou marcas na artista e a levou ao ativismo em colaboração com o ACNUR.

"A minha família fugiu da violência na década de 1990. Os meus irmãos mais velhos passaram algum tempo num campo de refugiados. A minha mãe viveu a experiência da deslocação. O meu pai também, bem como a violência, o medo, a luta", recorda.

De acordo com o ACNUR,mais de 6,9 milhões de pessoas estão deslocadas internamente na RDC e mais de um milhão são refugiados e requerentes de asilo nos países vizinhos.

Este "legado" trouxe responsabilidades adicionais auto-impostas a Jeny, que sentia que "não podia falhar" e que devia ser uma voz junta da diáspora congolesa: "Hoje sou a prova viva de que a origem dos refugiados não define os seus limites, mas sim as suas forças".

Yasmin Eid e as suas quatro filhas comem lentilhas na sua tenda num campo de refugiados em Deir al-Balah, Faixa de Gaza
Yasmin Eid e as suas quatro filhas comem lentilhas na sua tenda num campo de refugiados em Deir al-Balah, Faixa de Gaza Abdel Kareem Hana/AP

"Não são números, mas vidas que importam"

Jeny usa a sua plataforma para promover vozes marginalizadas, tendo fundado a AfroHouseBelgium, uma escola de dança sediada em Bruxelas. Também tem trabalhado com o ACNUR desde o ano passado para divulgar as histórias das pessoas forçadas a fugir.

"A dança é universal e a causa dos refugiados atualmente também é universal. Sabemos que os refugiados vêm de todo o mundo: Ucrânia, Afeganistão, Síria, RDC e outros países. Mas eles não são apenas estatísticas ou números. As suas vidas são importantes e eles são como nós", afirma.

Segundo a ONU, existem atualmente 123 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo, o dobro do número registado há uma década. Quase 37 milhões são refugiados. A organização adverte que os recentes cortes drásticos no financiamento da ajuda humanitária estão a pôr em risco as suas vidas.

Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, afirmou no lançamento do Relatório Anual sobre as Tendências Globais, a 12 de junho, que o financiamento da agência está atualmente ao mesmo nível que há uma década.

"Estamos a viver numa época de intensa volatilidade nas relações internacionais, com a guerra moderna a criar uma paisagem frágil e angustiante marcada por um sofrimento humano agudo", sublinhou Grandi.

O relatório concluiu que, contrariamente às percepções generalizadas nas regiões mais ricas, 67% dos refugiados ficam nos países vizinhos, sendo que os países de baixo e médio rendimento acolhem 73% dos refugiados do mundo.

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