Na região do Algarve, até sábado, a temperatura da água varia entre os 23 e os 24 graus, segundo dados do IPMA. A região do continente está sob elevadas temperaturas. Oito distritos estão sob aviso laranja devido ao calor.
Portugal está sob elevadas temperaturas, com algumas regiões a chegarem aos 34 graus celsius durante esta quarta-feira. O território do continente está, inclusive, sob vários avisos meteorológicos devido ao calor, sendo que oito distritos estão sob aviso laranja do IPMA devido às altas temperaturas.
Mas o calor não se verifica apenas no ar uma vez que também a água está mais quente do que o costume. A região do Algarve é, por esta altura, muito solicitada para férias e quem estiver por lá para dar uns mergulhos, poderá encontrar a água a 23 graus na região de Portimão e a 24 na região de Faro.
Apesar de altas, estas temperaturas não são um recorde. Esse foi batido há cerca de um mês, quando a temperatura da água das praias de Faro, entre 28 de junho e 9 de julho, registou valores na ordem dos 25 graus.
Um fenómeno que não é exclusivamente local.
O passado mês de julho ficou marcado por “atividade extraordinária de ondas de calor marinhas”, segundo números do Mercator Ocean International, que opera o Serviço Marinho do Copérnico.
A organização diz que o mês passado foi o terceiro julho mais quente ao nível da temperatura marinha. Cerca de 71 por cento do oceano global registou temperaturas acima da média e, segundo o mesmo relatório, a temperatura à superfície “sofreu anomalias no Pacífico Norte, Atlântico Norte e oceano Índico”.
Temperatura do mar Mediterrâneo bate recorde
Além disso, as temperaturas do mar Mediterrâneo atingiram valores nunca antes vistos. O mar, que banha o sul da Europa e o norte de África, atingiu no passado mês de julho a temperatura média à superfície de 26,68 graus Celsius, o que ultrapassa o recorde anterior, registado em 2023, que era de 26,65 graus.
O aquecimento foi generalizado, com 95% do Mediterrâneo a apresentar temperaturas acima da média e 63% da bacia a exceder a média de longo prazo em pelo menos um grau e 40% em, pelo menos, dois graus.
O Mediterrâneo ocidental foi o mais afetado pelas chamas "anomalias extremas" identificadas, segundo o Mercator Ocean International.
Apesar de agradável para quem pretende aproveitar uns dias de praia, o aumento da água do mar não se fica por aí e pode ter várias consequências nefastas. As ondas de calor marinhas podem afetar os ecossistemas dos oceanos, matando vida marinha, desde peixes, mamíferos, aves e corais.
O aumento da temperatura dos oceanos pode ainda fomentar outros fenómenos à superfície, como tempestades, inundações e secas.