Migração: Reunião de ministros da UE em Bruxelas revela cisões entre parceiros europeus

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Mais do que um ponto de partida para desbloquear o impasse sobre a crise migratória, o encontro extraordinário dos ministros do Interior e da Justiça

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Mais do que um ponto de partida para desbloquear o impasse sobre a crise migratória, o encontro extraordinário dos ministros do Interior e da Justiça da União Europeia serviu para expor contradições profundas entre os Estados-membros.

A reunião desta segunda-feira, em Bruxelas, desenrolou-se sob um clima tenso e terminou sem o compromisso ambicioso, pedido pela Comissão Europeia, para redistribuição de mais 120 mil refugiados (15.600 refugiados chegados a Itália, 50.400 à Grécia e 54.000 à Hungria).

Em entrevista à televisão alemã, o ministro germânico do Interior, Thomas de Maizière, apoiou um corte no fundos destinados aos países que se opõem ao sistema de quotas: “Nada acontece aos países que resistem às quotas. Os refugiados atravessam [os países] e, por isso, temos de falar sobre consequências. Estes são, frequentemente, países que recebem bastante ajuda estrutural da União Europeia. O presidente da Comissão sugeriu – e estou de acordo – que esses países devem ter menos apoio do fundo estrutural.”

O comissário europeu para a Imigração, Assuntos Internos e Cidadania, Dimitris Avramopoulos, diz-se “desapontado” porque “esperava mais” dos 28 em relação ao plano de redistribuição de mais 120 mil refugiados proposto pelo executivo comunitário. Em Bruxelas, apenas ficou acordada a distribuição de cerca de 40 mil refugiados, confirmando-se a decisão tomada em julho.

Marc Pierini, do “think tank” Carnegie Europe, lembra que o cenário de uma decisão rápida não se vislumbra atendendo à falta de concertação. “Existem três categorias [de países]. A Alemanha, isolada, com os meios financeiros, que são consideráveis. Depois há os que seguem a Alemanha, mais ou menos de perto, como França ou o Reino Unido, mas com números que são já bastante mais modestos. Existe ainda a frente da recusa com a Hungria, República Checa, Eslováquia, Polónia e Dinamarca. Tudo isto com nuances.”

Para 8 de outubro está prevista a realização de uma reunião, no Luxemburgo, onde se poderá chegar a um consenso quanto aos números para recolocação de 120 mil refugiados.

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