A organização não-governamental Transparency International divulgou um relatório, esta terça-feira, que recomenda medidas para evitar o conflito de interesses entre setores público e privado relativo
O Parlamento Europeu deveria impor mais restrições aos eurodeputados, tanto nas atividades que acumulam com o mandato, como nos empregos que aceitam quando terminam a legislatura.
O conselho é da Transparency International, num relatório sobre conflito de interesses entre setores público e privado relativo a membros das instituições europeias.
Daniel Freund, especialista desta organização não-governamental, explica que “alguns eurodeputados no ativo mantêm atividades paralelas no exterior, tais como consultor, advogado ou freelancer; sem que se saiba se há um conflito de interesses entre essas atividades e o trabalho que fazem como legisladores”.
O relatório também aponta falhas à Comissão Europeia, aconselhando regras mais apertadas.
Dos 27 comissários que terminaram o mandato em 2014, 18 passaram para o setor privado, estando 15 a trabalhar em empresas que fazem lóbi.
Um caso polémico foi o do ex-presidente, José Manuel Barroso, contratado por um banco considerado parte interessada na crise do euro.
Outro caso envolveu Nellie Kroes, tendo o porta-voz da Comissão Europeia confirmado que a ex-comissária “foi admoestada pela Comissão por não ter declarado rendimentos recebidos enquanto beneficiava do subsídio de transição, tendo devolvido o subsídio na totalidade”.
A organização não-governamental sugere a criação de uma entidade independente – como acontece em França e no Canadá -, em vez de ser um comité interno a avaliar os casos de ex-colegas, como acontece agora na Comissão Europeia.