Frontex elabora novo plano, mas não há quem queira receber migrantes

Frontex elabora novo plano, mas não há quem queira receber migrantes
De  Isabel Marques da Silva  com Lusa

A Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira vai criar um grupo de trabalho para elaborar um novo plano para a operação Trinton, de patrulha do Mar Mediterâneo. É a resposta ao pedido da Itál

A Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira vai criar um grupo de trabalho para elaborar um novo plano para a operação Triton, de patrulha do mar Mediterrâneo.

É a resposta da agência, conhecida por Frontex, ao pedido da Itália para que os migrantes resgatados no mar sejam levados para outros portos da União Europeia.

Um dia depois do anúncio, o diretor-executivo da Frontex deu explicações no Parlamento Europeu.

“Para um plano operacional ser adotado é preciso ter o acordo de todos os Estados-membros que participam nele. Logo, não é uma questão apenas entre a Itália e a Frontex. Recebi um pedido italiano, mas não houve Estados-membros que se mostrassem disponíveis”, disse Fabrice Leggeri aos jornalistas, no final da audição.

De acordo com o plano em vigor, independentemente da bandeira do barco que faz o resgate, cabe à Itália receber os migrantes.

Tal inclui as pessoas resgatadas por organizações não-governamentais, tais como a Médicos Sem Fronteiras (MSF), que salvaram a vida a dezenas de milhares de requerentes de asilo.

“As autoridades italianas coordenam o socorro e são, também, responsáveis por determinar qual é o porto para onde se encaminham os migrantes”, disse, à euronews, Marco Bertotto, da delegação italiana da MSF, que também participou na audição parlamentar.

“Dada a falta de acordos bilaterais com outros países, e considerando que alguns, tais como a Líbia e a Tunísia, não podem ser definidos como portos seguros, a Itália tem o dever de facilitar o desembarque destas pessoas”, acrescentou Marco Bertotto.

O governo italiano sugeriu que França ou Espanha abram os portos, mas estes países não apoiam a proposta.

O país pode contar, por agora, apenas com mais dinheiro da União Europeia.

Mais de 85 mil migrantes chegaram a Itália em 2017, tendo cerca dois mil morrido na travessia, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.

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