De acordo com fontes europeias, na frente doméstica, Theresa May precisa agora de sarar o desentendimento com os unionistas da Irlanda do Norte, que têm a chave da frágil longevidade do executivo britânico.
A visita da primeira-ministra britânica Theresa May, esta segunda-feira, a Bruxelas traduziu-se em novos contratempos no processo de negociações do “Brexit.”
A possibilidade de um acordo com a manutenção na Irlanda do Norte de regras idênticas às da União Europeia depois da saída do Reino Unido da UE provocou a fúria do Partido Democrático Unionista (DUP na sigla em inglês) numa altura em que parecia estar tudo encaminhado para um entendimento sobre a questão da fronteira irlandesa.
“Parece que existem alguns problemas do lado britânico com a redação do texto e, claro está, Theresa May precisa do apoio do Partido Democrático Unionista. Se o DUP não estiver satisfeito com este texto então May tem um problema”, explicou, em entrevista à Euronews, Tony Connelly, o editor de assuntos europeus da RTÉ, a televisão nacional da Irlanda.
Wilson Bell é de Belfast. Vive em Bruxelas há cinco anos e trabalha num bar irlandês ao lado do edifício da Comissão Europeia onde decorrem as conversações.
Não esconde a preocupação com o futuro próximo: “Cruzo os dedos. Espero que os políticos consigam ver o lado dos cidadãos, perceber a razão pela qual não estão de acordo. Durante anos houve problemas entre a Irlanda do Norte e a República. Se voltar a acontecer pode agitar as coisas e tornar tudo ainda mais difícil. Espero que não seja esse o caso.”
De acordo com fontes europeias, na frente doméstica, Theresa May precisa agora de sarar o desentendimento com os unionistas da Irlanda do Norte, que têm a chave da frágil longevidade do executivo britânico.