Deveria ser uma chegada triunfal para receber “luz verde” dos líderes europeus para passar à segunda fase do Brexit, mas o “golpe” parlamentar sofrido na véspera trouxe a Bruxelas uma primeira-ministra britânica fragilizada.
A entrada para a cimeira da União Europeia, Thersa May desvalorizou o caso, dizendo que “estou decepcionado com a emenda, mas, na verdade, a lei sobre a saída da UE está a avançar ao nível da Câmara dos Comuns”.
“Estamos no bom caminho para finalizar o Brexit. Recordo-lhe que, na semana passada, o presidente da Comissão Europeia disse que havia progresso suficiente para poder avançar para a segunda fase e, ontem, o Parlamento Europeu votou amplamente a favor dessa recomendação. Estou ansiosa para discutir a parceria especial para o futuro”, acrescentou.
“There are still some open questions” on Brexit, Angela Merkel says https://t.co/c0yn6TXcR5pic.twitter.com/d2Q5SideLw
— Bloomberg Brexit (@Brexit) December 14, 2017
O facto da emenda ter dado ao Parlamento britânico a palavra final sobre o acordo firmado pelo governo não preocupa o líder luxemburguês.
“Sempre que May termina de negociar alguma coisa, tem de regressar a Londres para obter uma aprovação do Parlamento, o que não facilitará a sua vida. Mas isso não muda nada do nosso lado, apenas torna as coisas mais difíceis para o governo britânico”, explicou Xavier Bettel.
The “real test” of EU unity will be next phase of Brexit talks, Donald Tusk says https://t.co/cLeOoiSeFWpic.twitter.com/TSbnaoHk9j
— Bloomberg (@business) December 14, 2017
Mas o próprio presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que a segunda fase das negociações constituirá “o verdadeiro teste à unidade” dos 27 e terá de ser feita num tempo recorde.
O cronograma dos trabalhos prevê 10 meses de negociações, para que a ratificação esteja concluída em março de 2019.