Igreja católica em Bruxelas acolhe cerimónia do Ramadão

Igreja católica em Bruxelas acolhe cerimónia do Ramadão
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De  Aissa BOUKANOUN  & Isabel Marques da Silva

Para assinalar o início do Ramadão, festa religiosa muçulmana, uma igreja católica de Bruxelas acolheu uma celebração especial. Pessoas de várias religiões reuniram-se para mostrar que a fé pode unir em vez de dividir e que o respeito pela diferença é um valor europeu.

Para assinalar o início do Ramadão, festa religiosa muçulmana, uma igreja católica de Bruxelas acolheu uma celebração especial.

"Quando as diferentes comunidades se juntam têm mais força para dar resposta aos medos, aos atos de violência"

Jacques Hanon Padre católico, Bruxelas

Pessoas de várias religiões reuniram-se para mostrar que a fé pode unir em vez de dividir e que o respeito pela diferença é um valor europeu.

Lahcen Hammouch, presidente da entidade "O cidadão", organizadora do evento, explicou à euronews que "escolhemos o mês sagrado do Ramadão, dedicado à partilha e ao perdão, para ter um momento de convívio com todas as comunidades, com as pessoas de diversas culturas".

"Queremos mostrar ao mundo inteiro que os muçulmanos não são todos terroristas e que estão decididos a fazer esforços para que haja uma boa coexistência entre muçulmanos, cristãos, judeus, agnósticos e pessoas de todos os credos e filosofias", acrescentou.

Bruxelas é uma das cidades europeias marcadas pelo terrorismo levado a cabo por organizações islâmicas extremistas, mas é, também, uma capital onde vivem pessoas de 180 nacionalidades diferentes.

"Esta noite é um símbolo extraordinário da força que pode ter este tipo de iniciativas de convívio. Serve para mostrar que quando as diferentes comunidades se juntam têm mais força para dar resposta aos medos, aos atos de violência, ao ódio, à discriminação", disse o padre católico Jacques Hanon.

O jejum durante o dia é obrigatório para todos os muçulmanos que chegam à puberdade, mas com o pôr-do-sol, as famílias reúnem-se à volta de mesas fartas para convier.

Evelyn Haberfield, membro da comunidade judaica, realçou que "é um momento de partilha com os outros, e não há melhor oportunidades para conversar do que sentar-se a uma mesa com outras pessoas de todas as proveniências e partilhar uma refeição. Não há nada mais agradável".

Este ano, o Ramadão termina a 14 de junho.

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