Bruxelas: Museu Judaico celebra Ramadão

O Museu Judaico de Bruxelas acolheu, este domingo, a celebração de uma das mais importantes datas da religião islâmica: o mês do Ramadão.
Num sinal de boa convivência entre diferentes comunidades, 250 pessoas de várias confissões foram convidadas.
Uma forma de ultrapassar, também, o trauma deixados pelo atentado perpetrado por um extremista islâmico.
"Todos sabem que, em 2014, ocorreu um ataque terrorista no Museu Judaico, que causou a morte de quatro pessoas. Realizar aqui refeição do Iftar, que se segue ao jejum diário durante o Ramadão e que obrigatório para os muçulmanos, é muito simbólico para Bruxelas", disse Philippe Close, presidente da câmara de Bruxelas.
Depois do atentado, o museu esteve fechado três anos. Para esta festa, foi oferecida uma refeição marroquina kosher para marcar o Iftar, que se come ao final do dia, assinalando o fim do jejum diário. Já animação musical coube a um coral gospel cristão.
Convidados e organização realçaram a necessidade de fomentar estes laços entre as comunidades, combatendo o discurso da intolerância.
"Fico muito feliz por estar aqui e partilhar o Ramadão, algo muito importante para a comunidade muçulmana. É o mês da partilha, da solidariedade", afirmou Mahinur Ozdemir, deputada belga.
"Quero dizer aos nossos políticos, já que estamos a poucos dias das eleições, que se devem inspirar neste evento, que deveríamos ter cada vez mais iniciativas como esta", disse Kawter Burzin, ativista social.
"Queremos passar a mensagem, mostrar a todos que podemos viver juntos, que é bom conhecer os outros e aprender com eles, que todos se podem divertir juntos", afirmou Pascale Falek Alhadeff, diretora do Museu Judaico de Bruxelas.
O Ramadão começou a 5 de maio e termina a 4 de junho, com uma grande festa em que os muçulmanos trocam presentes e fazem oferendas aos mais necessitados.