Eurodeputados moderados defenderam maior unidade
Os partidos moderados no Parlamento Europeu estão alinhados com Jean-Claude Juncker na defesa de maior unidade europeia, tema que foi central no discurso do presidente da Comissão Europeia sobre o estado da União, quarta-feira, em Estrasburgo.
Não diga disparates sobre um continente onde 20 milhões de pessoas morreram como vítimas do nacionalismo e do populismo
Eurodeputado, liberal, Bélgica
Mas o eurodeputado alemão que é líder do centro-esquerda, Udo Bullman, não deixou de criticar o presidente da Comissão Europeia: "Consideramos que é um escândalo aquilo que testemunhámos, outra vez, este verão, no mar Mediterrâneo. É repugnante ver pessoas a afogarem-se".
"A missão da União Europeia também é salvar as pessoas, mas não há nenhum porto seguro por causa do governo italiano de extrema-direita. Esta também é a missão do presidente da Comissão", acrescentou Bullman.
Os ultraconservadores defenderam que o aumento do nacionalismo em alguns países da União Europeia mostra que é preciso menos intervenção das instituições europeias, sedeadas em Bruxelas.
O eurodeputado belga Guy Verhofstadt, líder dos liberais, mostrou-se indignado com um colega polaco dessa família política: "O senhor Legutko diz que pertence a um mundo diferente do de Jean-Claude Juncker. Muito bem, não tenho problemas com isso. Mas não diga disparates sobre um continente onde 20 milhões de pessoas morreram como vítimas do nacionalismo e do populismo, que o senhor defende hoje."
A forma como se fará a saída do Reino Unido da União também foi um tema forte, com o eurodeputado alemão Manfred Weber, líder do centro-direita, a enviar um aviso para o governo de Theresa May.
"Londres não consegue dar-nos uma resposta clara, logo a União Europeia está unida e o governo de Londres está em apuros", afirmou Weber.