O antigo ministro grego das Finanças manifestou-se em entrevista à Euronews
Na sequência da entrevista que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, deu à Euronews, as reações multiplicaram-se.
O antigo ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, criticou a violência no país mas apoiou a visão de Maduro de que a União Europeia está a seguir a postura dos EUA. Sublinhou que Bruxelas deve deixar de tomar partido.
"A União Europeia está a seguir cegamente Washington asfixiando a Venezuela e tornando impossível qualquer tipo de negociação da dívida. Desta forma está a destruir as vidas da maioria dos venezuelanos ou a ajudar a concretizar uma ação malévola", sublinhou Yanis Varoufakis.
Na Parlamento Europeu, os eurodeputados rejeitam as acusações. O socialista Ramón Jáuregui tem acompanhado a situação na Venezuela. O também presidente da Delegação à Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana diz que a Europa procura o diálogo e está contra qualquer tipo de presença militar: "Os americanos adotaram uma estratégia que provoca a implosão interior. Não fazem mais, não querem negociar, não querem um Grupo de Contacto. Admito que os EUA fazem isso. Os Europeus fazem outra coisa diferente. O que estamos a procurar é uma negociação que torne possíveis as eleições a curto prazo e com garantias."
A eurodeputada Beatriz Becerra, da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa, tem apoiado a oposição venezuelana. Em reação às acusações de Maduro de que a Europa tomou partido responde que está claro que a União Europeia não foi e não deve ser imparcial: "Claro que sim. Nicolás Maduro esteve, por uma vez, esteve em cheque. A União Europeia não é imparcial nem equidistante. A União Europeia tomou partido há muito tempo pela democracia, pelos direitos humanos e acima de tudo pelo respeito pelas instituições. É algo que Maduro não só enfraqueceu ao longo do seu mandato como também agravou de forma bastante séria."