Ativistas sobre clima entram "furtivamente" no Parlamento Europeu

Jovens ativistas em defesa de melhor política climática conseguiram entrar no Parlamento Europeu, quarta-feira, em Bruxelas, para espanto e desconforto de alguns eurodeputados.
Deitaram-se no chão, simbolizando as vítimas fatais das alterações climáticas. Alguns eurodeputados ignoraram o protesto, mas outros mostraram-se mais disponíveis para ouvir as reivindicações.
"Está bem para mim, não causam disrupção porque podemos passar para a sala da nossa reunião. Mas chamou minha atenção e a atenção do meu colega", disse Shaffaq Mohammed, eurodeputado liberal britânico.
"O mais importante é o que se faz na legislação. Mas é claro que estas cenas dramáticas, às vezes, chamam mais a atenção", afirmou Corina Creţu, eurodeputada socialista romena.
O grupo entrou no Parlamento Europeu com a cumplicidade de pessoas que querem ficar anónimas, mas que consideram que estes jovens - alguns com apenas 14 anos - devem ter maior acesso aos legisladores.
A mensagem é, como habitualmente, a necessidade de agir de forma urgente.
"Viemos hoje aqui para mostrar que há falta de ambição, de recursos financeiros e de garantias para fazer a transição no interesse da sociedade", disse a ativista Jada Kennedy.
No final, os ativistas acabaram por ser convidados a entrar na sala de reuniões onde se debatia este tema e foram-lhes dados três minutos para intervir.
"A minha colega falou deste acordo verde europeu da treta. Eu também disse que o acordo é apenas uma campanha de lavagem verde porque, na verdade, o que o acordo verde europeu promete fazer não é suficiente", afirmou o ativista Timothee Galvaire.
A implementação deste acordo foi entregue ao principal vice-presidente da futura Comissão Europeu, Frans Timmermans, que deverá encontrar a estratégia e os recursos para fazer políticas mais sustentáveis na produção e consumo europeus.