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"Breves de Bruxelas": Setor digital investe milhões em lóbi na UE

"Breves de Bruxelas": Setor digital investe milhões em lóbi na UE
Direitos de autor EURONEWS
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De  Isabel Marques da SilvaElena Cavallone
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A batalha por novos impostos sobre a indústria digital entrou na ordem do dia a nível europeu, o que causa mal-estar nos EUA, onde estão sedeadas muitas das multinacionais do setor. Não é de espantar que as multinacionais aumentem o investimento em atividades de lóbi junto das instituições da UE.

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Por estes dias de frio, o Facebook oferece uma chávena de café quente a quem passa no chamado quarteirão europeu de Bruxelas, frequentado por milhares de funcionários e políticos das instituições comunitárias.

Será talvez uma forma subtil de atrair simpatia, mas esta a multinacional do setor digital tem razões para temer uma rápida adoção de um imposto europeu sobre a indústria tecnológica.

Ciente do facto, a Google investiu, em 2019, oito milhões de euros em atividades de lóbi em Bruxelas. Esta empresa, bem como Amazon, Facebook e Apple aumentaram essas despesas em mais de 500% desde 2014.

A correspondente da euronews, Elena Cavallone, realça "que as empresas investem muito dinheiro para tentar proteger o seu negócio e lucros. Os lóbistas passeiam-se pelos corredores das instituições para obter a atenção de altos funcionários da União Europeia. Mesmo que não consigam ter reuniões formais, aproveitam para os convidar para uma bebida informal num bar ou hotel elegantes".

Esta informalidade de encontros preocupa alguns eurodeputados, que temem o poder de persuasão de organizações muito poderosas através de especialistas em relações públicas.

"Penso que não é uma boa ideia falar sobre política em geral, ou determinadas estratégias políticas, enquanto se bebe vinho e degusta uma refeição oferecida por uma pessoa que representa, claramente, determinados interesses privados", disse Alexandra Gansos, eurodeputada alemã dos verdes.

"Há também formas de lóbi pouco transparente porque as pessoas em causa pertencem a associações industriais ou são consultoras nessas entidades. Às vezes fala-se com pessoas sem realmente estar claro se são representantes dos interesses de empresas tais como a Google, Facebook ou outras de Sillicon Valley, que usam entidades de lóbi com nomes diferentes", acrescenta.

Falta de registos completos

Contactadas pela Euronews, as associações de lóbi recusaram dar entrevistas. Mas até que ponto são realmente influenciadoras? A Comissão Europeia é a única instituição comunitária que está obrigada a divulgar as reuniões com os lobistas credenciados.

"O atual regulamento de lóbi é muito incompleto e se nós, como jornalistas, cidadãos e organização da sociedade civil, quisermos conhecer a "pegada" de uma organização como a Google, só podemos obter dados sobre a Comissão e dados parciais sobre o Parlamento Europeu, mas não podemos ter a informação completa", explicou Raphaël Kergueno, analista político na organização não-governamental Transparência Internacional.

A Comissário Europeia com a Pasta dos Valores e Transparência, Věra Jourová, quer criar um registo obrigatório de atividades de lóbi em todas as instituições da União Europeia.

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