"Estado da União": Direitos laborais na estratégia pós-pandemia

"Estado da União": Direitos laborais na estratégia pós-pandemia
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De  Isabel Marques da SilvaStefan Grobe
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O impacto da crise no mercado laboral e a estratégia para relançar a economia em véspera de comemoração do Dia dos Trabalhadores está em destaque no programa desta semana, que conta com uma entrevista a Luca Visentini, secretário-geral da Confederação Europeia de Sindicatos (CES).

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O dia 1 de maio foi sempre comemorado na Europa com grandes marchas e convívios para celebrar os direitos dos trabalhadores. Não será assim esse ano, sendo substituídos por cartazes e faixas nas varandas ou janelas e protestos usando as redes sociais.

De qualquer forma, este é um momento desafiante para os sindicatos por toda a Europa, porque a solidariedade é necessária mais do que nunca.

Vic Van Vuuren, da Organização Internacional do Trabalho, fez um aviso para que todos sejam extremamente cuidadosos: "É muito importante alertar que não voltaremos a funcionar como habitualmente e que precisamos de tomar precauções complementares para a saúde e segurança no trabalho".

Este é o tema em destaque no programa desta semana, que conta com uma entrevista a Luca Visentini, secretário-geral da Confederação Europeia de Sindicatos (CES).

Stefan Grobe/euronews: Vejamos a situação: milhões de empregos perdidos, muitas indústrias a lutarem pela sobrevivência, trabalhadores mal remunerados que mantêm a sociedade a funcionar e metas climáticas das quais não deveremos abdicar . Há muito a refazer e com urgência quando regressarmos a uma vida mais normal. Como podemos garantir que se tomarão as medidas corretas?

Luca Visentini/sindicalista CES: Em primeiro lugar temos que garantir que poderemos enfrentar a emergência adequadamente. Porque se não houver medidas em vigor que possam, realmente, travar uma recessão enorme e um desemprego massivo, evitando que os trabalhadores da linha de frente sejam pressionados excessivamente, então será impossível regressar ao trabalho e à vida normais. Portanto, o esforço que as instituições europeias, os governos nacionais, os parceiros sociais e outros agentes da sociedade estão a fazer agora é muito importante.

Stefan Grobe/euronews: No 1 de maio há sempre discursos sobre solidariedade e será, particularmente, o caso este ano. Está satisfeito com o grau de solidariedade que a Europa exibiu até agora?

Luca Visentini/sindicalista CES: Penso que há uma grande mudança no discurso. Se compararmos com o clima que existia durante a crise financeira, e após a crise, nessa altura subestimou-se totalmente a contribuição que profissionais de saúde e de outros funcionários públicos, havia muitos trabalhadores mal pagos a realizarem algumas atividades muito importantes para a sociedade e para o mercado liberal, do qual é feita a nossa economia. Agora existe essa consciência. E é também por isso que, pela primeira vez, a União Europeia vai transferir dinheiro para os sistemas de saúde. É bastante impressionante, é muito bom que em poucas semanas tudo isso tenha sido decidido, mas o dinheiro ainda não chegou ao destino.

Stefan Grobe/euronews: Muitos poderão não saber, mas o senhor também é poeta, tem um outro olhar sobre a natureza humana. Gostaria de lhe perguntar se há algo nesta crise que considere inspirador?

Luca Visentini/sindicalista CES: Eu diria que a parte emocional e psicológica desta crise é realmente relevante. Não só para mim, mas para todos. Estamos numa situação completamente diferente em comparação com crises anteriores. Estamos realmente com um estado de espírito do pós-guerra, em certa medida. Se arranjar tempo tentarei escrever algo sobre esta crise, penso que poderei sentir uma certa inspiração.

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