UE dá diretrizes sobre segunda vaga da pandemia
A Comissão Europeia apresentou, quarta-feira, orientações para uma eventual segunda vaga da pandemia de Covid-19.
Antecipando um possível aumento de surtos no outono, sobretudo quando começar a época de gripe sazonal, o executivo comunitário deu indicaçõs sobre como aumentar a monitorização de casos e dar respostas no setor médico e de apoio social, mas sem centralizar demasiado.
"Não haverá uma aplicação europeia de rastreamento para os telemóveis. Penso que não é isso que as pessoas querem que a Comissão Europeia desenvolva, mas é dever da Comissão garantir que todos as novas aplicações de rastreamento respondam a certos critérios de interoperabilidade e proteção de dados, evitando os abusos derivados da geolocalização. Esse é o género de coisas que colocamos claramente na mesa, pelo que será mais fácil para a indústria adotar essas diretrizes", explicou Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia, em entrevista à euronews.
Estas aplicações para telemóvel são vistas como uma das ferramentas importantes para conter a pandemia sem ter de voltar a decretar confinamentos muito abrangentes e duradouros. Os especialistas alertam que se devem minimizar já os riscos de abuso de utilização dos dados.
"Precisamos que cerca de 60% da população possa utilizar essas aplicações. Portanto, é essencial que as pessoas confiem nelas, caso contrário não farão o download das mesmas. Estarão conscientes de que assim se poderá saber de que pessoas se aproximaram. Não se pode forçar as pessoas a usarem uma solução tecnológica para lidar com um problema de cariz cultural, como é o caso do distanciamento social. A aplicação é útil, mas não é a única solução, não é milagrosa", disse Jennifer Baker, especialista em tecnologia digital.
A Comissão Europeia também realçou a necessidade de medidas para evitar a sobrecarga no serviço de saúde causada, habitualmente, pela gripe sazonal, antecipando o período e critérios de vacinação.