Falsificações e imitações da Antiguidade aos dias de hoje

A Casa da História Europeia, em Bruxelas, exibe a exposição "Fake for Real", uma viagem cronológica pelo Velho Continente através das falsificações e das imitações.
Em mostra estão mais de duas centenas de peças que vão desde a antiguidade até à atualidade, incluindo já a Covid-19.
Nesta mostra pode encontrar-se uma sereia japonesa, feita de órgãos de animais e de humanos, ou falsificações de passaportes utilizados por judeus que fugiram do regime nazi.
A curadora da exposição, Simina Badica, conta que "um dos objetivos da exposição é construir um espírito crítico", pois acredita "que é essencial na luta contra as falsificações." Estão aqui expostos "documentos falsos utilizados durante a II Guerra Mundial que salvaram vidas. Neste contexto, os falsificadores foram os verdadeiros heróis da época".
Alguns falsificadores famosos como Hans van Meegeren enriqueceram imitando a obra do pintor Johannes Vermeer.
Milhões de pessoas anónimas não resistem em comprar produtos contrafeitos que imitam as maiores marcas de luxo.
Para esta exposição foram, ainda, criados jogos interativos que mostram como é que as notícias falsas, que hoje em dia nos chegam, principalmente, através da internet, são tão facilmente difundidas. A mostra sublinha, no entanto, que existem ferramentas para as combater.
Badica afirma que "por vezes as pessoas têm muito medo acerca dos fenómenos contemporâneos" e podem pensar que são "as primeiras pessoas na história a serem confrontadas com isto, o que não é verdade. (...) Tomando consciência de que não estamos indefesos contra o que é falso, que podemos sempre usar as nossas mentes racionais, que podemos verificar os factos, que podemos, nós próprios, verificar a informação, é também o que se tenta aqui proporcionar aos visitantes".
A exposição "Fake for Real" pode ser vista na Casa da História Europeia, em Bruxelas, até 31 de outubro de 2021.