Chefe da diplomacia da UE vai falar sobre Navalny na visita à Rússia

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De  Isabel Marques da SilvaJack Parrock
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A União Europeia condenou a tentativa de envenenamento do opositor russo, em agosto passado, tendo imposto por causa disso o congelamento de bens e a proibição de viagens a seis pessoas consideradas responsáveis pelo ataque.

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A polícia russa deteve pelo menos três mil pessoas nos protestos do fim-de-semana contra a prisão do líder da oposição Alexei Navalny. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia pediram a sua libertação durante uma reunião, segunda-feira, em Bruxelas, mas não houve consenso sobre impor sanções como pediam os três Estados-membros da região do Báltico (Letónia, Lituânia e Estónia).

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, vai visitar a Rússia no início de fevereiro e promete falar do caso.

"Será uma boa oportunidade para discutir com meu homólogo russo todas as questões relevantes e para passar mensagens claras sobre a situação atual, o contencioso sobre direitos e liberdades e também para ter uma discussão estratégica sobre as nossas relações com a Rússia", disse Josep Borrel, segunda-feira, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

O governo russo continua a alegar que o caso Navalny está a ser usado por países ocidentais para interferirem nos seus assuntos internos.

Que tipo de sanções são eficazes?

A União Europeia condenou a tentativa de envenenamento do opositor russo, em agosto passado, tendo imposto por causa disso o congelamento de bens e a proibição de viagens a seis pessoas consideradas responsáveis pelo ataque.

O regime russo só reagiria à pressão considerável que fosse exercida por sanções que atingiriam relações económicas de grande impacto, nomeadamente as ligadas às receitas geradas pela exportação de petróleo e gás.
Gustav Cressem
Analista político no centro de estudos Conselho Europeu de Relações Externas.

Em vigor continua sanções económicas para punir a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014, mas que tipo de sanções é eficaz para pressionar um regime autoritário?

"Não permitir que pessoas que praticam tortura possam fazer férias na Europa não é a melhor maneira de colocar pressão sobre o regime russo. O regime russo só reagiria à pressão considerável que fosse exercida por sanções que atingiriam relações económicas de grande impacto, nomeadamente as ligadas às receitas geradas pela exportação de petróleo e gás", explicou Gustav Cressem, analista político no centro de estudos Conselho Europeu de Relações Externas.

Ou seja, cancelar, ou pelo menos suspender, o novo gasoduto Nordstream 2, que liga a Rússia à Alemanha através do mar Báltico. Tal permitirá vender 110 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano.

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