A Itália tem a terceira maior economia da União Europeia e é vista como o terreno de mais difícil teste para o projeto de recuperação económica e social em tempos de pandemia.
Outra crise política em Itália no meio de uma pandemia preocupa as instituições europeias. O pedido de demissão do primeiro-ministro Giuseppe Conte aumenta as preocupações sobre a capacidade do Estado-membro em usar o novo fundo de recuperação da União Europeia contra a crise.
Um primeiro esboço do plano já foi aprovado pelo parlamento italiano, mas faltam muitos detalhes, segundo a Comissão Europeia.
"Esperamos que este trabalho continue. A verdade é que a Itália é, de longe, o país que mais dinheiro vai receber do fundo de recuperação. Portanto, há o interesse por parte de todo o espectro político em Itália de garantir que o trabalho preparatório seja concluído para que o país comece a receber as verbas", disse Valdis Dombrovskis, vice-presidente.
O cenário mais provável é um terceiro mandato para Giuseppe Conte, mas teme-se o cenário de eleições antecipadas, que poderiam atrasar a aprovação do plano nacional.
Irene Tinagli, eurodeputada italiana de centro-esquerda que preside à comissão parlamentar de Assuntos Económicos e Financeiros, está otimista: “Seja o que for que aconteça nos próximos dias, não vamos começar do zero e já implementámos algumas reformas e ideias para acelerar o processo de implementação porque sabemos que será um grande desafio”.
Frugrais estão atentos
A crise está a ser analisada de perto pelos chamados Estados-membros frugais que há muito se preocupam com a dívida pública e a instabilidade política na Itália, sobretudo quando se vai mutualizar dívida na União Europeia.
“É dinheiro dos contribuintes. Alguém trabalhou muito para que haja esse dinheiro. Foram os cidadãos da Europa. E é por isso que somos obrigados a ter o máximo de cuidado que pudermos com cada país e cada setor da política em termos de como se usa o dinheiro dos contribuintes”, alertou Lukas Mandl, eurodeputado austríaco de centro-direita.
A Itália tem a terceira maior economia da União Europeia e é vista como o terreno de mais difícil teste para o projeto de recuperação económica e social em tempos de pandemia.