UE revê estratégia comercial para relançar economia

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De  Isabel Marques da SilvaElena Cavallone
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O bloco europeu já tem 46 acordos comerciais que envolvem 78 parceiros, mas quer continuar a expandir a estratégia em África, na América Latina e na Ásia-Pacífico para obter mais mercados para os produtos europeus.

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Abertura, sustentabilidade e autoconfiança são os princípios-chave da nova estratégia comercial da União Europeia apresentada, quinta-feira, pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis.

Perante as consequências da pandemia da Covid-19, das alterações climáticas e de picos de nacionalismo em vários pontos do mundo, o bloco europeu decidiu reformular a política comercial para fomentar o multilateralismo.

“Oitenta e cinco por cento do crescimento a nível global ocorrerá fora da Europa, na próxima década. Assim, mesmo que a crise atual alimente a tentação de olhar para dentro, esta não é a resposta certa. A União Europeia tem um superávit comercial substancial, pelo que fechar-se ao mundo só levaria a piores perspetivas económicas", disse Valdis Dombrovskis, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

A estratégia visa:

  • Promover a recuperação após a pandemia da Covid-19
  • Modernizar a economia para ser climaticamente sustentável e mais digitalizada
  • Reformar as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)
  • Reforçar os interesses e valores defendidos pela União Europeia

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Aproveitar apoio de Biden e enfrentar a China

As negociações para modernizar a OMC arrastam-se há anos, e estagnaram, em 2019, por causa da aversão dos ex-presidente norte-americano, Donald Trump, ao multilateralismo.

Com a nova administração de Joe Biden dos EUA, a reforma poderá ter novo fôlego, considera Guillaume Van Der Loo, analista político no Instituto Egmont: "A União Europeia e os EUA estão agora alinhados sobre a reforma da OMC no sentido de ter regras mais modernas sobre subsídios, ajuda estatal a empresas, transferência de tecnologias". 

"Obviamente, tudo isso tem por base as preocupações que a UE e os EUA partilham em relação à China", acrescentou o analista, em entrevista à euronews.

A União Europeia aspira, assim, a equilibrar a abertura comercial com maior autonomia estratégica e um grande teste é o recentemente assinado Acordo de Investimento com a China. 

O bloco europeu já tem 46 acordos comerciais que envolvem 78 parceiros, mas quer continuar a expandir a estratégia em África, na América Latina e na Ásia-Pacífico para obter mais mercados para os produtos europeus.

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