Eurodeputados desafiam China em visita a Taiwan

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Imprensa chinesa fala em "provocação." Trata-se da primeira delegação a visitar a ilha autónoma desde a criação do Parlamento Europeu

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Sob o olhar atento da China, uma delegação de eurodeputados está em Taiwan para uma visita histórica de três dias, a primeira desde a criação do Parlamento Europeu.

Na bagagem trouxeram a ambição de discutir o combate à desinformação, os esforços para reforçar a ciber-resiliência do território e uma mensagem clara de apoio à democracia.

O mal-estar em Pequim, que reclama a soberania sobre a ilha Formosa, é evidente. A imprensa oficial chinesa falou num ato de "provocação."

A delegação começou por se reunir com o primeiro-ministro, Su Tseng-chang, mas também está previsto um encontro com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, esta quinta-feira.

"Penso que o mundo ainda não entendeu, de forma suficiente, como é difícil e ao mesmo um sinal de coragem construir uma democracia sob a ameaça de um regime autoritário como o de Pequim", sublinhou o eurodeputado socialista francês Raphaël Glucksmann, que presidente a comissão parlamentar especial sobre Ingerência Estrangeira em Todos os Processos Democráticos na União Europeia, incluindo a Desinformação (INGE).

Glucksmann integra a delegação juntamente com Andrius Kubilius e Georgios Kyrtsos, do grupo do Partido Popular Europeu, com o socialista Andreas Schieder e com Petras Austrevicius, do grupo Renovar a Europa. Markéta Gregorová, do grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia e Marco Dreosto do grupo Identidade e Democracia também fazem parte do grupo.

O presidente da comissão parlamentar INGE foi um dos eurodeputados sancionados por Pequim, em março.

Aconteceu depois Bruxelas apresentar sanções contra quatro pessoas e uma entidade chinesa por violações dos direitos humanos relacionadas com a minoria muçulmana uigur em Xinjiang.

Os eurodeputados dizem que a visita é crítica para as relações com as democracias próximas da China com preocupação em matéria de ingerência política e desinformação.

Mikko Huotari, do think tank Instituto Mercator para os Estudos da China, antevê consequências: "É claramente um sinal de que algumas partes da máquina de Bruxelas levam Taiwan e os assuntos de Taiwan muito mais a sério atualmente. Também é uma expressão de preocupação europeia, e penso que é generalizada em relação às tensões que estão a aumentar no estreito de Taiwan entre a China continental e Taiwan. Penso igualmente que é algo que irá despertar a atenção em Pequim, e será preciso esperar respostas de Pequim a dizer aos europeus que é preciso parar com isto e que se trata de uma violação do princípio da China única."

O Governo chinês entende que esta visita viola não só o compromisso europeu com a política da "China única" como também afeta as relações bilaterais.

Taiwan tem tentado, cada vez mais, expandir os esforços diplomáticos na Europa.

Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros visitou Bruxelas. Reuniu-se com eurodeputados e membros do parlamento belga. Mas Joseph Wu não se encontrou com os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho da União Europeia, Charles Michel.

Um sinal de como este é um assunto sensível para as relações União Europeia-China.

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