Cidadãos europeus discutem migração e papel da União Europeia no mundo

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Conferência sobre o Futuro da Europa reuniu, durante o fim de semana em Maastricht, cerca de 200 pessoas escolhidas aleatoriamente

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Uma política migratória conjunta - orientada para a solidariedade - ou instalações idênticas para receber os migrantes que chegam às fronteiras externas da União Europeia (UE) foram algumas das recomendações, em matéria de migração que saíram, este fim de semana, de mais uma etapa da Conferência sobre o Futuro da Europa (CoFoE), uma experiência única de democracia deliberativa.

A cidade holandesa de Maastricht acolheu a terceira e última reunião do quarto painel do evento intitulado: "A União Europeia no Mundo/Migração".

Cerca de 200 cidadãos europeus anónimos, escolhidos aleatoriamente, participaram de uma série de debates e emitiram 40 recomendações sobre áreas críticas para o bloco europeu como a defesa, a política comercial, a ajuda humanitária, a política externa e dos alargamentos da União Europeia.

Para Laura Cinquini, oriunda da cidade italiana de Prato, por exemplo, esta foi uma oportunidade de ouro para se pronunciar sobre o tema da migração, que tem afetado, e muito, o país de origem.

"Gostaria que as coisas mudassem em Itália, em termos da abordagem política e mediática à migração. As pessoas falam sobre o tema, mas frequentemente falam mal, sem números exatos, sem os termos corretos. (...) Gostaria, principalmente, que mudasse o modo como se informam as pessoas e que mudasse também a forma como são recebidos os migrantes que chegam à Europa. Gostaria de ver uma política europeia mais forte, mais comum, mais coesa e mais organizada", sublinhou a jovem participante, em entrevista à Euronews.

Os Estados-membros continuam sem se entender em relação ao Pacto Europeu em Matéria de Migração e Asilo e a migração é, precisamente, um dos assuntos mais espinhosos no seio da UE.

Sobre o papel da Europa no mundo foram apresentadas recomendações em nome de uma menor dependência da União Europeia na importação de petróleo e gás, por exemplo.

O tema que tem alimentado tensões na União Europeia, tal como a segurança.

Durante o encontro deste fim de semana houve, aliás, que tenha trazido a ideia de criar um Exército Europeu, mas a proposta não avançou.

As ideias que tiveram "luz verde" serão apresentadas em sessão plenária, em Estrasburgo, em março.

O finlandês Tuomas Suhikonen, de 45 anos, disse à Euronews esperar "que as mensagens sejam realmente ouvidas" e "que se comece a fazer alguma coisa" em relação aos problemas. 

Acrescentou que não acredita que "as recomendações caiam no vazio" e que tem esperança que funcionem "como um alerta".

A conferência é um projeto coliderado pela Comissão Europeia, pelo Conselho da UE e pelo Parlamento Europeu.

Para Guy Verhofstadt, um dos elementos da comissão conjunta que lidera o processo, lançaram-se sementes importantes para o futuro da Europa: "As recomendações não são o fim de tudo. As recomendações dos cidadãos são a base para uma proposta de reformas. (...) O que espero desta conferência é que o facto de os cidadãos estarem presentes e participarem no processo de tomada de decisão crie uma pressão tão grande sobre a União Europeia que a Comissão Europeia, o Parlamento e o Conselho da UE não poderão mais ignorar o que se falou."

De Maastricht, a conferência ruma até Dublin, na Irlanda, onde, entre 25 e 27 de fevereiro, os participantes do Painel "Uma economia mais forte, justiça social e empregos / Educação, cultura, juventude e desporto / Transformação digital" vão adotar as respetivas recomendações.

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