Na Bélgica, pescadores e armadores queixam-se do impacto asfixiante do aumento do preço dos combustíveis por causa da guerra na Ucrânia
A guerra na Ucrânia está a agitar as águas de setores como o da pesca. A indústria já vivia dias difíceis, mas as coisas vão de mal a pior.
O preço do combustível já estava a subir há alguns meses, mas disparou para níveis insustentáveis, desde que a Rússia começou a ofensiva contra a Ucrânia.
"Não é só o gasóleo que nos está a asfixiar. Também precisamos de muitos materiais derivados do petróleo e de um pouco de ferro. Os preços estão a subir descontroladamente. Os preços do peixe são bons, mas não o suficiente para cobrir os nossos custos", sublinhou, em entrevista à Euronews, o armador Geert de Groote.
Países como França já anunciaram uma ajuda de emergência para a compra de combustível, mas na vizinha Espanha, o setor das pescas avançou para a greve. Em muitos outros Estados-membros ainda não há medidas em vigor.
Mas de vinte países europeus - com Espanha à cabeça - pediram medidas extraordinárias de apoio à Comissão Europeia e parecem ter sido ouvidos.
Apesar dos protestos do setor agiu-se rapidamente, disse à Euronews Virginijus Sinkevičius, O comissário europeu com a pasta do Ambiente, Oceanos e Pescas.
Estão previstas ajudas estatais para compensar os armadores até 35 mil euros por causa dos custos de produção adicionais, como o preço do combustível. Também será ativado um mecanismo de crise para que os fundos europeus possam mitigar o impacto.
Caberá depois aos Estados-membros executar tudo isto.
"Os Estados-Membros têm de garantir que utilizam estas possibilidades o mais rapidamente possível para que o fundo chegue aos pescadores e pescadoras, à indústria transformadora o mais rapidamente possível", lembrou Virginijus Sinkevičius.
Os planos estarão ativos dentro de dias e terão efeitos retroativos, começando a contar desde 24 de Fevereiro, o dia que ficou para a história como aquele em que a Rússia iniciou a ofensiva contra a Ucrânia.