Bruxelas quer 80% de gás armazenado até novembro na União Europeia

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De  Alberto De Filippis
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Comissão Europeia apresentou uma proposta legislativa para garantir a segurança do aprovisionamento energético e mitigar a subida incessante dos preços da energia

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Criar uma força-tarefa (task force) para coordenar as compras conjuntas de gás natural, a par de uma obrigação mínima de 80% de armazenamento de gás na União Europeia para o próximo inverno, até 1 de novembro de 2022.

A Comissão Europeia apresentou hoje uma proposta legislativa para garantir a segurança do aprovisionamento energético e mitigar a subida incessante dos preços da energia. Uma tendência que se tem agravado com a guerra na Ucrânia.

"Propomos aquisições conjuntas de gás e regras mais rígidas para armazenamento, porque, em vez de nos superarmos uns aos outros e de aumentar os preços, devemos usar o peso comum e começar a comprar gás em conjunto, como europeus, não como 27 Estados-membros diferentes", sublinhou, esta quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Prevê-se igualmente que os 18 dos 27 Estados-membros que têm instalações subterrâneas de gás assegurem o preenchimento a 90% nos anos seguintes.

Atualmente, a União Europeia dispõe de mais de 150 instalações de gás no território, com o armazenamento completo a 26%. Algumas pertencem à empresa estatal russa Gazprom, que chegou a reduzir o fornecimento de gás natural provocando aumento de preços.

Bruxelas também contempla expulsar o gigante energético do mercado europeu de reservas de gás através de mecanismo para retirar o controlo dos depósitos a empresas de países terceiros caso o seu comportamento ameace a segurança do abastecimento.

"Haverá várias ações interpostas caso haja falhas. E se houver uma certificação obrigatória em vigor, pode retirar-se a certificação, por exemplo, e evitar, assim que essas empresas operem na Europa. Penso que existem formas legais que podem ser usadas para pressionar essas empresas a encher os depósitos", lembrou, em entrevista à Euronews, Simone Tagliapietra, investigador do think tank Bruegel.

A Comissão Europeia está relutante em introduzir medidas para regular os mercados, como defendem alguns Estados-membros.

Bruxelas teme que a introdução de tetos para os preços da eletricidade ou desacoplar a cotação do gás do preço da eletricidade possa parecer uma boa ideia a curto prazo, mas gerar sérios riscos mais tarde.

O assunto estará em cima da mesa na cimeira de líderes europeus que arranca esta quinta-feira.

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