Parlamento Europeu "condena" Marrocos

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De  euronews  com Lusa
Parlamento Europeu adotou resolução sobre Direitos Humanos em Marrocos
Parlamento Europeu adotou resolução sobre Direitos Humanos em Marrocos   -  Direitos de autor  Jean-Francois Badias/Copyright 2023 The AP. All rights reserved

Pela primeira vez em 25 anos, o Parlamento Europeu votou pela condenação de Marrocos. Os eurodeputados pedem a Rabat que respeite a liberdade de imprensa no país e liberte todos os presos políticos e jornalistas.

O Parlamento Europeu adotou três resoluções sobre o respeito dos Direitos Humanos em Marrocos, Brasil e Nagorno-Karabakh.

Numa altura em que um escândalo de corrupção que envolve alegadamente o Qatar e Marrocos está a abalar o Parlamento Europeu, Rabat é acusado de continuar a tentar fazer lóbi junto dos eurodeputados.

"Claramente não é ilegal, mas é impróprio, é ética e politicamente reprovável. Não deveria acontecer, muito menos enquanto decorre este escândalo", afirma Miguel Urbán Crespo, eurodeputado espanhol do Grupo da Esquerda no Parlamento Europeu. 

O Grupo da Esquerda no Parlamento Europeu mostrou à Euronews uma carta das autoridades marroquinas que tenta convencer os seus membros a não votarem para condenar o país e a reunirem-se para discutir o assunto.

Mas a resolução não inclui as mesmas medidas aplicadas ao Qatar.

O Parlamento Europeu condenou, esta quinta-feira, veementemente o recente ataque às instituições democráticas no Brasil, repudiou as tentativas do ex-presidente Jair Bolsonaro para “desacreditar o sistema eleitoral” e saudou os esforços com vista a uma investigação rápida e imparcial. A resolução foi adotada com 319 votos a favor, 46 contra e 74 abstenções.

Outra resolução adotada pelo Parlamento Europeu apela ao Conselho e aos Estados-membros para acrescentarem a Guarda Revolucionária do Irão à lista de organizações terroristas.

O texto não exige que os Estados-membros atuem, mas pressiona-os antes da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia na próxima segunda-feira, em que se vai discutir o quarto pacote de sanções.

O país tem fornecido drones à Rússia para usar contra a Ucrânia, além de reprimir violentamente protestos pacíficos após a morte de Mahsa Amini.

"Queríamos enviar um sinal muito claro, forte e unido ao regime iraniano de que isto realmente está fora de controlo e que achamos que eles estão a comportar-se como terroristas ao aterrorizar os seus cidadãos e toda a região", diz Hannah Neumann, eurodeputada alemã, Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia.

A resolução também pede sanções contra o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, e o presidente Ebrahim Raisi.