Diretor-geral dos Transportes na Comissão Europeia demitiu-se

Henrik Hololei vai ser transferido para outra posição na Comissão Europeia
Henrik Hololei vai ser transferido para outra posição na Comissão Europeia Direitos de autor  Georges Boulougouris/(C) EU 2015
De  Isabel Marques da Silva com ANSA
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Em causa está uma uma investigação interna por causa de um alegado conflito de interessesligado a viagens de avião para o Qatar.

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 O diretor-geral dos Transportes na Comissão Europeia (CE), Henrik Hololei (nacional da Estónia), demitiu-se, quarta-feira, no âmbito de uma uma investigação interna por causa de um alegado conflito de interesses relativo a viagens de avião para o Qatar, na companhia Qatar Airways, pagas pelas autoridades daquele país, quando a CE negociava um acordo no âmbito do transporte aéreo.

Mas Hololei não deixará de trabalhar na CE, passando para outro departamento, ficando com as funções de conselheiro político na direção de Parcerias Internacionais, a partir de 1 de abril.

Enquanto diretor-geral dos Transportes, o alto funcionário viajou para o Qatar nove vezes, entre 2015 e 2021, com bilhetes em classe executiva pagos na totalidade pelo governo qatari. Em seis ocasiões, as viagens realizavam-se durante as negociações do acordo de aviação civil com o Emir, que foi concluído com novas regras de acesso aos aeroportos dos países da UE.

O próprio Hololei autorizava as viagens, no âmbito do quadro regulamentar em vigor que, entretanto, foi alterado para ser mais restritivo e evitar estas situações.

Este caso insere-se no âmbito de uma investigação sobre alegada corrupção de pessoas nas instituições europeias pelo governo do Qatar, para obter decisões políticas favoráveis, sobretudo durante a preparação do Campeonato Mundial de Futebol, que decorreu em 2022.

O caso levou à acusação e detenção de eurodeputados, ex-eurodeputados e assistentes parlamentares, entre outras pessoas

A Provedora da Justiça da União Europeia, Emily O'Reilly considerou o caso de Henrik Hololei perturbador da confiança do público nas instituições e pediu à Comissão que fornecesse detalhes sobre as viagens de negócios que os funcionários fizeram, desde 2021, e que foram total ou parcialmente pagos por terceiros.

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