A UE tem até um "gabinete económico e comercial" em Taipé, uma espécie de sub-embaixada.
Aos olhos da União Europeia (UE), Taiwan é uma democracia próspera, um parceiro político, uma economia aberta, um destino atraente para o investimento e um produtor imbatível de tecnologia de ponta.
Mas não é um país. Apesar dos laços estreitos e valores partilhados, a UE não considera Taiwan como uma nação soberana e independente.
Porquê? Tudo data do fim da Segunda Guerra Mundial, quando a República da China assumiu o controlo de Taiwan, uma ilha situada a 130 quilómetros do continente.
Mas a República da China, governada pelo partido Kuomintang, viveu intensas lutas pelo poder.
A situação agravou-se em finais de 1949, quando o Partido Comunista, liderado por Mao Tse Tung, ganhou uma longa guerra civil e proclamou a República Popular da China.
Derrotado, o governo da República da China retirou-se para Taiwan, seguido por milhões de tropas e de civis.
A situação criou, na prática, duas entidades separadas pelo Estreito de Taiwan: a República Popular da China, no continente e apoiada pela União Soviética; e a República da China, em Taiwan e apoiada pelos Estados Unidos.
Mudança nos anos 70
No início, o Ocidente considerou a República Popular da China como o legítimo representante do povo chinês, no exílio.
Mas, nos anos 70, a diplomacia mudou e a República Popular da China ganhou reconhecimento como o único e legítimo governo da China.
Isto deu origem à política de "Uma só China", que é atualmente seguida pela grande maioria da comunidade internacional, incluindo as instituições da União Europeia e os seus 27 Estados-membros. Taiwan não é reconhecida como Estado nem é membro da Organização das Nações Unidas.
De facto, a ilha, que continua a auto-intitular-se República da China, tem relações diplomáticas oficiais com apenas 12 países e com a Santa Sé.
Mas a UE mantém relações informais com Taiwan e a cooperação em questões como os direitos humanos, comércio, alterações climáticas e segurança.
A UE tem, até, um "gabinete económico e comercial" em Taipé (capital da ilha), uma espécie de sub-embaixada.
Numa declaração à Euronews, um porta-voz da Comissão Europeia afirmou: "De acordo com a política da UE de "Uma só China" e a Estratégia Indo-Pacífico, a UE continuará a dialogar com Taiwan em áreas de interesse comum ou global, sem qualquer reconhecimento da condição de Estado".