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Pagers que explodiram no Líbano são de fabrico húngaro

Líbano: pagers utilizados em ataque são de fabrico húngaro
Líbano: pagers utilizados em ataque são de fabrico húngaro Direitos de autor Bassam Masri/Copyright 2024 The AP. All right reserved
Direitos de autor Bassam Masri/Copyright 2024 The AP. All right reserved
De  Euronews com AP
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Empresa taiwanesa Gold Apollo diz que dispositivos traziam a sua marca mas foram fabricados por outra empresa, sediada em Budapeste, negando qualquer envolvimento no caso.

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Milhares de pagers explodiram provocando vários mortos e centenas de feridos no Líbano e também na Síria. Um ataque programado, realizado à distância, que atingiu o Hezbollah, que utilizava estes dispostivios nas suas comunicações.

O pagers pertencem à marca taiwanesa Gold Apollo que já negou qualquer tipo de envolvimento ou responsabilidade no caso. A empresa disse esta quarta-feira que autorizou a sua marca nos pagers que explodiram, mas que estes foram fabricados por outra empresa sediada em Budapeste.

Hsu Ching-kuang, presidente da Apollo Gold, fala sobre os produtos de comunicação da empresa taiwanesa na sede em New Taipei City, Taiwan.
Hsu Ching-kuang, presidente da Apollo Gold, fala sobre os produtos de comunicação da empresa taiwanesa na sede em New Taipei City, Taiwan. Johnson Lai/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.

Os pagers AR-924 foram fabricados pela BAC Consulting KFT, sediada na capital da Hungria, de acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira pela Gold Apollo.

“Nos termos do acordo de cooperação, autorizamos a BAC a utilizar a nossa marca registada para a venda de produtos em determinadas regiões, mas a conceção e o fabrico dos produtos são da exclusiva responsabilidade da BAC”, lê-se no comunicado.

Fotografia mostra a porta de uma casa onde está sediada uma empresa húngara que alegadamente fabricou pagers que explodiram no Líbano e na Síria
Fotografia mostra a porta de uma casa onde está sediada uma empresa húngara que alegadamente fabricou pagers que explodiram no Líbano e na SíriaDenes Erdos/Copyrighted

O presidente da Gold Apollo, Hsu Ching-kuang, disse aos jornalistas na quarta-feira que a sua empresa tinha um acordo de licenciamento com a BAC nos últimos três anos, mas não apresentou provas do contrato.

Ministério da Economia de Taiwan diz que não houve exportações para o Líbano

O Ministério da Economia de Taiwan diz que “não há registo de exportação direta para o Líbano”.

Questionado pelos meios de comunicação social de Taiwan, o ministério diz que a empresa Gold Apollo exportou 260.000 pagers de 2022 até agosto deste ano - principalmente para a Europa e os Estados Unidos.

“A empresa tem dúvidas de que o produto lhe pertença depois de analisar as fotografias dos meios de comunicação social e considerou que os pagers foram provavelmente modificados após a exportação”.

Os peritos acreditam que foi colocado material explosivo nos pagers antes da sua entrega e utilização, numa sofisticada infiltração na cadeia de abastecimento.

O pager AR-924, anunciado como sendo “robusto”, contém uma bateria de lítio recarregável, de acordo com as especificações anunciadas no site da Gold Apollo. Podia receber mensagens de texto com um máximo de 100 caracteres.

A bateria tem uma duração máxima de 85 dias. Este aspeto seria crucial no Líbano, onde os cortes de eletricidade têm sido frequentes após anos de colapso económico.

Os pagers também funcionam numa rede sem fios diferente da dos telemóveis, o que os torna mais resistentes em situações de emergência - uma das razões pelas quais muitos hospitais em todo o mundo ainda dependem deles.

Os pagers utilizados pelo grupo militante Hezbollah explodiram quase em simultâneo na terça-feira, matando, pelo menos, 12 pessoas e ferindo quase três mil.

O Hezbollah, o Irão e o Governo libanês culparam Israel pelo ataque. Telavive não reivindicou a responsabilidade.

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