Herbert Kickl foi esta sexta-feira recebido pelo presidente da Áustria.
O presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, recebeu esta sexta-feira o líder da extrema-direita, Herbert Kickl, para iniciar conversações com vista à formação de governo.
No passado domingo, o Partido da Liberdade (FPÖ), liderado por Kickl, venceu pela primeira vez as legislativas na Áustria, com 29% dos votos.
Questionado sobre o que esperava das conversações com o presidente, Kikle respondeu apenas que tinha "expetativas positivas".
Na noita de quinta-feira, milhares de pessoas manifestaram-se no centro da capital austríaca, apelando aos partidos políticos do país para que não se juntem a uma coligação com o partido de extrema-direita FPÖ.
Os manifestantes dirigiram-se sobretudo ao ao Partido Popular (Österreichische Volkspartei, ÖVP), de centro-direita, que obteve o segundo lugar nas eleições, com 26,5% dos votos. O ÖVP, liderado pelo atual chanceler Karl Nehammer, já admitiu negociar uma coligação com a extrema-direita.
Os outros partidos austríacos, incluindo o Partido Social Democrata (Sozialdemokratische Partei Österreichs, SPÖ), de centro-esquerda, Os Verdes (Die Grünen) e o partido liberal NEOS (Das Neue Österreich und Liberales Forum), afastaram a possibilidade de entrar numa coligação tanto com o FPÖ, como com o ÖVP, que se encontra atualmente no poder.
Por seu lado, o ÖVP abriu a porta à colaboração com o FPÖ. No entanto, coloca como condição que o líder do FPÖ, Herbert Kickl, não faça parte do Governo.
Kickl é uma figura polémica na política austríaca, referindo-se a si próprio como “volkskanzler” ou ‘”chanceler do povo”, um termo também usado por Adolf Hitler durante o nazismo.
Uma coligação destes dois partidos não seria uma novidade: o partido de extrema-direita já fez parte do governo austríaco por duas vezes, mas nunca na liderança. Mas desta vez, o FPÖ tem a oportunidade de liderar o Governo.