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Presidência polaca da UE centrar-se-á na energia, na defesa e na segurança económica

Tanques do exército ucraniano em exercício, enquanto os soldados verificam se o equipamento está pronto para ser utilizado em combate, numa base militar na região de Zaporizhzhia
Tanques do exército ucraniano em exercício, enquanto os soldados verificam se o equipamento está pronto para ser utilizado em combate, numa base militar na região de Zaporizhzhia Direitos de autor  Kateryna Klochko/AP
Direitos de autor Kateryna Klochko/AP
De Paula Soler
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Com a chegada de Trump à Casa Branca, uma nova Comissão Europeia e a guerra em curso na Ucrânia, a segurança em todas as suas dimensões possíveis será a principal prioridade da próxima presidência rotativa da UE, disse a embaixadora polaca Agnieszka Bartol.

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A energia, a defesa e a segurança económica vão estar no topo da agenda da UE durante a próxima presidência rotativa do Conselho, em representação dos Estados-membros, que começa em janeiro de 2025, disse a embaixadora polaca Agnieszka Bartol na segunda-feira.

Bartol apresentou uma agenda "muito ambiciosa" para trazer alguma estabilidade em tempos de grandes mudanças e desafios, com a chegada de Trump à Casa Branca, uma nova Comissão Europeia e a guerra em curso na Ucrânia.

"O que é que as pessoas querem? O que é que as pessoas procuram? Procuram segurança, e esse será o maior motivo da presidência, a segurança em todas as suas dimensões possíveis", disse o embaixador polaco à audiência num evento organizado pelo Centro de Política Europeia (CPE), com sede em Bruxelas.

A presidência de Varsóvia tem como objetivo trabalhar em sete dimensões diferentes da segurança, desde a segurança externa e interna à competitividade, à qualidade dos alimentos, aos medicamentos essenciais e aos preços acessíveis da energia.

No que se refere a esta última, a presidência polaca tenciona analisar a forma de reduzir os custos para as empresas e os cidadãos, com uma clara ênfase na garantia da segurança do aprovisionamento e na diversificação e independência energéticas.

Em matéria de segurança interna e externa, o Conselho deverá fazer progressos na proteção das fronteiras da Europa, na cibersegurança, na luta contra a interferência estrangeira e a desinformação e no reforço da indústria de defesa do bloco.

O relatório de Mario Draghi sobre a competitividade estimou que a UE precisa de mobilizar mais 500 mil milhões de euros para a defesa durante a próxima década para acompanhar o ritmo de concorrentes como os EUA e a China.

A despesa europeia com a defesa atingiu um recorde de 279 mil milhões de euros em 2023, mas as estimativas mostram que será necessário mais dinheiro para colmatar as lacunas de financiamento e investir em novos projetos, como o escudo europeu de defesa aérea, após anos de subinvestimento.

"A mentalidade (a nível da UE) mudou fundamentalmente", disse Bartol, acrescentando que agora "estamos a falar de novos financiamentos para a defesa, o que era tabu há alguns anos, e estamos a falar de instrumentos (de financiamento) inovadores, o que também era tabu".

O embaixador polaco não mencionou quaisquer instrumentos de financiamento específicos, uma vez que as discussões sobre a emissão de dívida conjunta para fins de defesa - as chamadas euro-obrigações - continuam a ser uma questão sensível para Estados-membros como a Alemanha e os Países Baixos.

Mas a UE terá de explorar novas vias de financiamento fora do orçamento comum, disse Bartol, idealmente com base no próximo Livro Branco sobre a Defesa, que deverá ser apresentado durante os primeiros três meses de mandato do Comissário Kubilius.

Os fundos destinados à defesa no orçamento da UE para 2021-27 ascendem a cerca de 10 mil milhões de euros e o próximo orçamento de longo prazo da UE, conhecido como Quadro Financeiro Plurianual (QFP), só entrará em vigor em 2028, com os pagamentos a começarem um ano mais tarde, na melhor das hipóteses.

Bartol argumentou que o orçamento da UE, apesar da sua importância crucial, não pode ser o principal instrumento para reforçar as capacidades de defesa da Europa.

"Putin não vai esperar pelo QFP e o mundo não vai esperar pelo QFP", concluiu.

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