Pelo menos cinco países europeus deixaram avisos aos seus cidadãos que planeiam participar no evento, proibido pelo governo húngaro. Comunicados alertam para as multas e riscos de segurança.
Na sequência da notícia de que a marcha do Orgulho de Budapeste, proibida pelo governo, ainda se vai realizar, vários países europeus emitiram avisos de viagem para os seus cidadãos que planeiam assistir ao evento na capital húngara no sábado.
O governo do primeiro-ministro Viktor Orbán proibiu anteriormente o evento, invocando como motivo a proteção das crianças.
No entanto, os organizadores não recuaram e esperam agora que dezenas de milhares de pessoas, de todo o continente europeu, assistam ao evento na capital húngara.
Muitos países europeus alertaram os seus cidadãos para o facto de poderem incorrer em multas e riscos adicionais se participarem na marcha.
O site do Governo britânico referiu que o evento continua a ser ilegal ao abrigo da legislação húngara, afirmando que os participantes poderão ser identificados através de tecnologia de reconhecimento facial e multados.
"Com as medidas de policiamento para uma marcha ilegal do Orgulho pouco claras e com as contramanifestações planeadas, existe um risco acrescido para a segurança dos participantes", refere o comunicado.
As autoridades húngaras disseram anteriormente que qualquer pessoa que participasse poderia ser objeto de uma multa até 500 euros.
O ministério dos Negócios Estrangeiros neerlandês também alertou os viajantes para a possibilidade de serem multados, tal como a Bélgica, que também emitiu um aviso a alertar para as multas.
"Ainda não é claro em que circunstâncias se realizará a Marcha do Orgulho", diz o comunicado, acrescentando que a participação numa manifestação é da responsabilidade de cada indivíduo.
"Aconselhamos todos os participantes a exercerem a vigilância necessária e a manterem-se atualizados sobre a situação atual através dos meios de comunicação social e das redes sociais da embaixada em Budapeste.
Cada um deve decidir o que quer
O governo belga emitiu um novo aviso aos seus cidadãos sobre potenciais contra-manifestações.
O partido de extrema-direita Our Homeland apelou aos seus apoiantes para ocuparem pontes no centro de Budapeste para impedir a realização do evento Pride. Além disso, o partido já recebeu uma autorização da polícia para se reunir e utilizar o mesmo trajeto da marcha Pride.
Segundo as autoridades, a anunciada reunião da extrema-direita suscitou preocupações quanto a possíveis atos de violência.
"Em particular, no interesse da sua segurança, todos os participantes são aconselhados a manter a distância de possíveis contrademonstrações e, em caso de distúrbios, a seguir as orientações da polícia local", diz o comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros belga.
França também emitiu um comunicado informando a população de que a Hungria tinha proibido a marcha e que os participantes seriam monitorizados por câmaras inteligentes e sujeitos a multas de 500 euros.
Orbán deu a entender que a polícia não iria dispersar a multidão, mas que os participantes enfrentariam consequências legais.
"Somos adultos e penso que cada um deve decidir o que quer, cumprir as regras ou, se não o fizer, deve enfrentar as consequências legais", disse Orbán.
Pelo menos 70 eurodeputados de vários grupos políticos, juntamente com a Comissária Europeia para a Igualdade, Hadja Lhabib, vão participar no evento Pride.
Na quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apelou a Orbán para que levantasse a proibição da marcha.