Espera-se que o evento de dois dias finalize acordos individuais de garantias e subvenções para desbloquear mais de 10 mil milhões de euros em investimentos, disse a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.
Os líderes europeus abriram a conferência anual sobre a recuperação da Ucrânia, esta quinta-feira em Itália, anunciando um novo fundo de ações e parcerias público-privadas, numa tentativa de investir na reconstrução do país, numa altura em que a Rússia intensifica a guerra que já vai no quarto ano.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, deram início aos trabalhos em Roma, no dia em que a Rússia lançou um novo ataque com mísseis e drones contra a capital ucraniana, um dos mais violentos ataques a Kiev desde o início da invasão de Moscovo, no início de 2022.
O evento de dois dias, que se realiza em Roma na quinta e sexta-feira, é organizado conjuntamente pela Itália e pela Ucrânia e é o quarto do género.
A cimeira tem como objetivo continuar o esforço global de investimento para apoiar a reconstrução da Ucrânia, três anos após o início da guerra em grande escala movida pela Rússia.
Espera-se também que sejam concluídos acordos individuais de garantias e subvenções para desbloquear mais de 10 mil milhões de euros em investimentos, segundo Meloni.
Quarta conferência em Roma
O evento inclui uma série de eventos políticos de alto nível e painéis de discussão sobre a forma como a política, as empresas e a cooperação internacional podem contribuir para uma recuperação sustentável. O Fórum de Recuperação e a Feira de Negócios também fazem parte do programa.
De acordo com o Banco Mundial, prevê-se que a reconstrução e a recuperação do país custem cerca de 447 mil milhões de euros nos próximos 10 anos.
O evento conta com a participação de cerca de 3500 pessoas e com a presença de um número notável de dirigentes políticos, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chanceler alemão, Friedrich Merz. Os Estados Unidos estão representados pelo enviado especial para a Ucrânia e a Rússia, Keith Kellogg.
Espera-se que mais de duas mil empresas participem na conferência, juntamente com representantes da sociedade civil.
O momento da conferência é muito importante, uma vez que os combates prosseguem na Ucrânia e os esforços diplomáticos para pôr termo à guerra da Rússia continuam estagnados.
Esta quinta-feira, pelo menos duas pessoas morreram e 16 ficaram feridas durante a noite, depois de a Rússia ter atacado Kiev com mais um ataque maciço de mísseis e drones.
De acordo com as autoridades ucranianas, o ataque terá provocado incêndios em vários pontos da cidade e ocorreu um dia após o mais pesado ataque aéreo da guerra da Rússia contra a Ucrânia até à data. Pela terceira vez em duas semanas, a Rússia lançou mais de 700 drones de assalto e de engodo contra a Ucrânia na quarta-feira, ultrapassando os anteriores bombardeamentos noturnos.
Enquanto Kiev continua a procurar formas de se defender contra a agressão russa, enfrenta também o desafio de reconstruir as suas infraestruturas e, ao mesmo tempo, implementar reformas alinhadas com os valores da UE no seu caminho para a adesão.